*Por Guilherme Pelodan
Há algo pestilento no Reino da minha alcova!
Os escombros obstruídos nos olhos.
Os ratos mascando nacos de estofo.
Um Rei adoptado a um velho amparo.
O Sol inflamando a cutícula inoportuna do lábio.
Deixa meu amor.
A poeira cobrir a casa inteira começando pela haste.
Liberdade.
Quem é você?
Você está mentindo para mim não está?
O mundo lá fora é tão mal-apessoado.
Eu tenho tantas afeições e livros dentro de mim.
Lá fora há turbas medonhas aspirando Ouro.
Por que querem Ouro se já há Sol para nos perturbar?
*Guilherme Pelodan jamais obteve uma premiação literária, nunca foi homenageado em evento solene, nunca foi classificado para editais de cultura, nunca teve seu nome citado em antologia, nunca foi hóspede dos altos círculos literários, nunca obteve um tapinha nas costas de qualquer renomado escritor e ainda persiste escrevendo suas prosopopéias. Bacharel em Artes Cênicas, escritor e poeta Guilherme Paiffer Pelodan vende seus poemas na rua. Além de diversos poemas, produziu uma novela auto-biográfica ainda inédita, um texto dramatúrgico e atualmente escreve sua segunda novela (uma ficção pessimista).