A recusa de um “feliz dia da mulher”. Feliz pra quem? Feliz pra que? Eu quero respeito. Eu quero amor. Eu quero igualdade. Em todos os sentidos, em todos os âmbitos da igualdade. Mas acima de qualquer coisa, eu quero respeito MESMO! Porque eu sou um ser humano como você, homem. Eu sou um ser humano de carne, osso e sangue assim como você, homem.
Pois bem. Fiquei afim de escrever um desabafo. Eu poderia discorrer sobre diversos pontos, mas existe um que é muito forte pra mim e que tem uma negação muito grande por parte de diversas pessoas e até por muitas mulheres.
Sim, mulheres.
Eu decidi não gerar filhos. “Você só tem 25 anos, espera o seu relógio biológico despertar”.
Ok. Vamos lá. As mulheres são tabeladas pela idade. Começa por aí. O que a sociedade espera de uma mulher? Que ela se case e tenha filhos até os 30 anos NO MÁXIMO PORQUE SE PASSAR DISSO VOCÊ JÁ TÁ VELHA E ACABOU A VIDA PRA VOCÊ!
Pois bem, eu disse “gerar” filhos. Porque até onde eu entendo, filhos não são apenas aqueles que a gente gera no próprio ventre, e porra, o mundo tá saturado de pessoas, saturado de pessoas passando fome, o mundo tá saturado de pessoas vivendo nas ruas.
Não, eu não quero gerar filhos no meu ventre. Eu decidi isso por diversos motivos que não cabe aqui colocar todos em linhas. O que realmente importa aqui é: POR QUE A SOCIEDADE SE CHOCA TANTO QUANDO UMA MULHER DIZ NÃO QUERER TER FILHOS?
Eu já vi a expressão de espanto e horror vindo de diversas pessoas, que juro, eu realmente não esperava essa reação da maioria delas, toda vez que eu soltei um “não, eu não sonho em casar e ter filhos”.
Não, eu não espero meu relógio biológico tocar. Quem disse que eu tenho que aceitar isso tudo ser natural? Você já imaginou gerar uma vida dentro de você, carregar um bebê, passar por todo o sofrimento da gravidez, sentir a dor do parto, porque não, NÃO É LINDO. NÃO É ROMÂNTICO COMO AS PESSOAS IDEALIZAM E OLHA QUE EU NEM PASSEI POR ALI.
Se eu não quiser tudo isso, eu não sou obrigada a ter. Não vai me tornar menos mulher.
Não é um útero, não é um filho, não é um marido, não é uma casa com uma dita “família tradicional” que vai me fazer mulher.
EU SOU MULHER. EU NÃO QUERO GERAR UM FILHO. EU TENHO SONHOS, PLANOS QUE VÃO MUITO ALÉM. EU QUERO TRABALHAR ATÉ NÃO PODER MAIS. EU QUERO FAZER UMA PÓS-GRADUAÇÃO E RODAR O MUNDO. EU QUERO ADOTAR UM FILHO QUANDO EU SENTIR QUE AGORA SIM EU TO PRONTA E NÃO ANTES DOS TRINTA.
Não julgue, não critique quem pensa assim. As pessoas têm a liberdade e a consciência do que elas querem e do que elas precisam.
Eu acredito no amor, na liberdade e na energia do universo.
Eu acredito no que eu quero e o que eu sinto que é melhor pra mim, contanto que isso não prejudique o outro.
E não é a sociedade que vai estabelecer e impor os padrões, as fôrmas, as caixinhas, o enquadramento e as grades em mim.
*Saiba sobre a geração NoMo.
Cada um leva a vida com o corpo que é seu, querendo ou não compartilhar
sou totalmente a favor de pararmos de gerar filhos e começarmo a adotar, talvez seja uma forma de diminuir drasticamente o incrível fosso da diferença de classes, esse negócio do ” sangue do meu sangue” é pura balela de dominação de uma sociedade já sem característica nenhuma de liberdade, o sangue é humano todo sangue é nosso! valeu Carol, tô assinando embaixo!!!!
Poderia ser meu nome no topo do texto, porque é EXATAMENTE ISSO (cada palavra escrita) que eu sinto e penso!