Algumas pessoas vem ao mundo dotadas de grande força transformadora. São pessoas incomuns. Que atravessam a vida realizando tarefas incomuns. E se propõem coisas grandiosas dedicando-se a árdua tarefa de fazer um mundo melhor. Conheço pessoas assim. São raras e muitas vezes trabalham de forma silenciosa e constante, como aquele senhor nordestino que plantou mais de oitenta mil árvores na sua pequena cidade.

Cito esse exemplo porque quero falar particularmente de um lugar paradisíaco, bem perto daqui, no alto de chapada dos Guimarães: A mata da Badaia. Situada à beira do paredão, foi durante décadas uma área ocupada pela pecuária local. O pasto dominava o cerrado e a mata fria tinha suas nascentes degradadas pelo trânsito intenso do gado.

A terra vermelha e fértil da região logo atraiu os sojicultores que encontraram ali condições perfeitas para suas lavouras.

Foi então que as grandes plantações se espalharam no lugar do antigo pasto. Só restou uma estreita faixa margeando o paredão onde se encontram as nascentes.

Foi ali que Badaia plantou a sua bandeira. E começou o incrível trabalho de restaurar a natureza degradada. Fez o que parecia impossível: recuperou as nascentes, plantou novas árvores, recriando a vida. A plantação de soja continua lá. Em contraste com o pequeno paraíso preservado por gente que realmente se importa. Que faz questão de proteger o mundo natural por amor e respeito a nossa grande mae, a terra que nos alimenta, o planeta que nos abriga.

Diante daquele mundo possível, contemplando o vasto horizonte azulado como um oceano de brumas, penso que nem tudo esta perdido, o dano pode ser revertido e a natureza agradece.

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