Apoena é um nome indígena que foi escolhido pelo seu significado: “aquela que enxerga longe”.
Kátia Ferreira, dona da grife Apoena, começou com uma oficina para um grupo de mulheres (talentosas bordadeiras) da periferia do Distrito Federal em 2002 no Recanto das Emas. Esse trabalho artesanal (com mais de 500 artesãs) que ensina às mulheres e seus filhos que enfrentam dificuldades financeiras, começou debaixo de uma árvore. “Nós não tínhamos nenhum recurso. Digo que somos empreendedoras sociais. Tiramos de onde não tem e botamos onde não cabe”, diz Kátia Ferreira. “Para aprender a bordar não era preciso um local com energia e nenhum maquinário específico. Nós nos reuníamos debaixo de uma árvore, e fazíamos roupas de cama, mesa e banho”.
Como a quantidade de vendas era insuficiente para gerar renda contínua para todas as integrantes, Kátia resolveu fazer roupas, porque as pessoas compravam mais.
Em 2005 a convite do Sebrae participou do Fashion Business no Rio. Com mais de 10 anos de existência já participou várias vezes do Fashion Rio.
Com muita criatividade/coragem/dedicação Kátia Ferreira através da grife Apoena conquistou o reconhecimento que possui hoje, além de empregar mulheres chefes de família nas confecções de roupa. Também desenvolve o projeto Reescrevendo Histórias de Vida, que atende crianças vulneráveis sócio-economicamente, com o objetivo de promover a inclusão social através da arte e do esporte.
Um pouco grife, um pouco instituição social, “são os projetos sociais que nos alimentam. A necessidade das pessoas é tão grande que lutamos para fazer mais e ganhamos força para ir além do que podemos”, diz Kátia.
“Hoje, a gente percebe que o trabalho da grife transforma vidas”, diz Marlova Jovchelovitch – coordenadora da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Já são 13 anos. A Apoena através de Kátia Ferreira com seu engajamento social acolheu 62 mulheres que sofreram violência extrema, ensinando-as trabalhos manuais e devolvendo-lhes a autoestima.
Em julho de 2015, Kátia Ferreira representou o Brasil na Cúpula Global de Empreendedorismo no Quênia. Depois disso ela foi convidada pela Unesco e pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores para trabalhar com mulheres da Guiné-Bissau na África. Construíram uma escola onde Kátia trabalha com as mães das crianças e jovens, costureiras muito habilidosas que confeccionam as roupas delas e dos filhos.
Essa troca/convívio com as tradições africanas, com os tecidos multicoloridos, será o tema/fusão da nova coleção da Apoena prevista para agosto deste ano.
“Assim como o índio Apoena, um dia vou partir. Estou fazendo esta instituição para durar 100 anos, ajudando as mães, formando crianças e jovens para o mundo. O sonho é que alguns deles voltem e façam o que eu estou fazendo.”
Kátia Ferreira criou no mesmo ano da marca Apoena o Instituto Proeza.
E ela persiste com sua generosidade, solidariedade e amor, ao tentar melhorar as perspectivas/expectativas das mulheres num mundo de uma realidade dura/difícil/misógina, ainda!
Boa sorte!
esse tipo de “figura”(Kátia) faz uma diferença danada no mundo, ótima matéria!!! essa mistura de moda e social é muito interessante, taí uma motivação surpreendente e inusitada, sair do umbigo grandão das altas grifes e ir pra debaixo da mangueira, (e fazer altas grifes). parabéns pela matéria.