Por Naira Iasmim
Não foi difícil que Freud por meio da hipnose pudesse constatar uma vida psíquica inconsciente que em atuações pelo corpo e pelas relações sociais nós humanos vamos agindo de forma inconsciente. A essas atuações denominou neurose. Avançou em sua teoria através da prática e percebeu que as mudanças não ocorreriam por meio de uma indução. Foi uma paciente que o ensinou, que era ela quem deveria falar. Até os dias atuais seguimos pela regra fundamental de uma análise que é a associação livre de ideias.
Trago essa breve história da descoberta do inconsciente de forma a introduzir um pouco de uma realidade elaborada por alguns mas que para muitos ainda em seu pleno berço de conforto sob a forma da dependência de um outro que lhe possa dar a vida, ainda não se responsabilizou pela sua palavra, e por isso vive acorrentado pelos fantasmas do inconsciente julgando sempre a culpa apontando não para si. Mas sempre para fora. Será que é difícil dar lugar ao inconsciente?
Vou inscrever pelo campo da neurose. Pois é desse lugar que escrevo.
Uso a expressão de um mestre, sobre achar em palavras as expressões da minha existência que só por um dedo quebrado, que parece ser ‘coisa do dia a dia’ torna se então, as pepitas de ouro que encontro no caminho.
A dor da anulação.
E devo a mim dar lugar ao inconsciente. Não a penas para sê-lo consciente. As pepitas de ouro pelo caminho fazem mudanças. E cada vez mais vamos pertencendo a nós. Por pura e meramente ter buscado sentido. Um sentido que me caiba.
Tenho inscrição pela forma da liberdade, até descobrir que não sou livre de mim.
Naira Iasmim, psicóloga, através da literatura vem buscando encontrar a psicanálise