Diga-me, qual é o seu preço?

Disseram lá atrás que todo homem tem seu preço, será?

Qual o preço da liberdade?

Quanto você paga para ir (até a esquina) e vir (esse bonde chamado desejo)?

Qual a sua providência ao descer do bonde e ser golpeado pelo vento na cara, você dá a outra face?

Qual o gosto da maçã envenenada? O paraíso é logo ali

A maçã dos contos de foda tem a cara do letreiro brilhante do motel das loucas

Em qual gaiola você quer ficar?

Quem mais você vai levar para aquela ilha paradisíaca que, diziam ser a nova versão do paraíso?

Qual ilha?

Qual cuba libre você escolheria no baile da juventude transviada dos anos 70?

Qual gelo você prefere, da namorada? Da avó? Da tia de sessenta anos que já nem senta mais na praia dos anos dourados?

Qual o preço da próxima viagem?

Touro sentado nas costas do Tio Sam, cansou da natureza das coisas.

Ouvi uma chomskiana que diz que para as coisas se corrigirem basta seguir as leis

Basta ser roqueiro na terra de ninguém mais nem menos que Raul Seixas

Se não há ninguém, não necessita leis, certo? Questão de lógica

A anarcológica é outra

Se não há leis, para que gente?

Confusão mental soçobramos nosotros

Um curral

Uma sova

Uma ova

Você já comeu caviar?

Qual o preço dessa gosma preta?

Qual a carne mais barata do mercado?

A carne preta de Machado de Assis

na boca de Quincas Borba:

“Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas”.

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