Já escrevi aqui sobre a cena blues que vem se consolidando em Mato Grosso. Muito pelo esforço de algumas figuras emblemáticas que habitam esse pedaço de mundo. Chapada dos Guimarães agora vai ser o palco de uma aventura musical bem bacana com a terceira edição do “Geodésica In Blues Festival” no dia 10 de novembro de 2018. Conversando com o Luiz Brizuela, um dos organizadores do evento, ao lado de Xisto Bueno e Marcos Sguarezi, percebe-se a seriedade do projeto que pretende se inserir no circuito nacional de blues, eventos que vêm crescendo e cativando novos públicos. Para isso eles precisam cumprir algumas etapas.
Primeiro precisam se firmar no calendário cultural do município de Chapada dos Guimarães e do estado de Mato Grosso, manter a frequência anual e estabelecer uma ponte com músicos já consagrados na cena. Isso tudo já vem acontecendo apesar das dificuldades inerentes a qualquer iniciativa dentro da cultura e da economia criativa. Ora, a atividade cultural por si só já impulsiona uma cadeia produtiva de peso, ativando vários setores, que passam pela rede hoteleira, restaurantes, bares, lojas de roupas, calçados, tudo que envolve moda, boutiques, cabeleireiros, maquiadores, etc. Garçons, músicos, técnicos de som, locação de equipamentos, tendas, banheiros químicos enfim, é vasta a cadeia que envolve a produção de eventos culturais. Isso justifica o apoio das autoridades locais, para alavancar a vocação turística e cultural como alternativa para o desenvolvimento do município.
Geodésica in Blues Festival 3ª Edição é resultado de uma semente que foi plantada no Sítio Monjolinho, localizado no Vale da Bêncão, município de Chapada dos Guimarães, centro geodésico da América do Sul.
Batizado com o homônimo da cachaça artesanal, orgânica, produzida dentro da propriedade, durante uma conversa entusiasmada sobre blues, eventos, amigos e alguns shots do néctar local, eis que a ideia começa a ser desenvolvida.
Inicialmente em pequena escala, para poucos apreciadores, começa a ser produzido ali, no mesmo local onde a Cachaça Geodésica é fabricada, um evento de blues, intimista, e com aquele sabor musical apurado, com todo o cuidado na produção, e com o resultado que não poderia ser outro: sabor de “mais uma dose”.
O evento então começa a sair além das porteiras do sítio, e oferece uma versão um pouco maior, para mais pessoas apreciarem e curtirem o que o blues tem a oferecer, e, na segunda edição o guitarrista Fábio Brum, já reconhecido no cenário do blues do centro-oeste e atuando em São Paulo com grandes nomes do blues, aceita o convite, vem até a Chapada, faz um show ao lado de outras atrações locais (Brand Blues e Alligator’s Blues Band). Mais uma vez a Cachaça Geodésica brindou com sabor e qualidade a todos os presentes com o melhor do blues, desta vez no centro da cidade no Espaço Pomodori.
Uma versão totalmente aberta ao público, para que mais pessoas, cada vez mais possam apreciar e saborear o que o blues tem para oferecer em emoção e qualidade musical.
A 3ª edição traz um dos grandes nome do blues na América do Sul, Décio Caetano (PR), que dispensa apresentações pelo tamanho de sua representatividade no cenário do blues nacional. São mais de 30 anos de carreira, muita bagagem e muitos caminhos percorridos até chegar ao nosso destino em Chapada dos Guimarães, para trazer aquilo que sabe fazer de melhor.
Somando ainda para enriquecer o festival, os nomes do blues local que já são conhecidos: Allan Regis & Mississipi Jr., Fidel Fiori & Blend Blues Trio, Stone Flower Blues, e a grande revelação do blues cuiabano, SilverGuy.
LINE UP
Décio Caetano vem com o blues de Chicago em suas veias e o status de referência de guitarra blues na América do Sul. Uma carreira de 30 anos, 12 álbuns, 2 DVD’s, passagem por 17 países e shows com mais de 80 nomes do blues internacional. Contratado recentemente pela Sony Records toca em Chapada dos Guimarães antes de embarcar para a Tournê 2019 pela Europa e EUA.
João Fortes – Nasceu em Cuiabá, cresceu no Paraná, e fez a proeza de se mandar pros EUA em 2014, a meca do Blues. Lá teve a honra de conhecer o astro Buddy Guy e dividir palco com vários artistas de blues como: Li’l Ed, Claudette Miller, Omar Coleman, e outros. Foi o último gaitista a tocar com James Wheeler no tradicional Rosa’s Lounge, antes de sua morte naquele ano.
Aqui no Brasil, realizou grandes shows com fortes nomes do blues mundial, tocou ao lado de: Lurrie Bell, Jimmy Burns, Bob Stroger, J.J. Jackson, Anika Chambers, J.C. Smith, Sherman Lee Dixon,
Assim como grandes nomes do blues nacional: Décio Caetano, Luke de Held, Cristiano Crochemore, Robson Fernandes, Isaac Abeche, Igor Prado, Neto Rockfeller, Uirá Cabral, Alamo Leal.
João está entre nós! Desta vez ao lado do amigo Décio Caetano, com um show forte e expressivo, mostrando tudo o que sua harmônica é capaz de provocar em cima do palco. Performance já reconhecida, ele chega pra ser um brilho a mais nesta noite de muito blues!
Fidel Fiori & Blend Blues Trio Dispensam apresentações, nomes consagrados do blues e do jazz em Mato Grosso (Fidel Fiori, Danilo Bareiro e Thiago Costa), todos já circularam o Brasil com sua arte, reconhecidos por seu talento e profissionalismo, na bagagem dezenas de trabalhos produzidos com diversos artistas regionas e nacionais, são referências para todas as gerações de músicos locais, vão do blues ao jazz com extrema maestria, passando pelo pop, rock e MPB. Esse trio tem a marca da musicalidade do Mato Grosso, com o feeling e as técnicas que se encontram em grandes centros pelo Brasil e pelo Mundo a fora. Nomes de peso que enriquecem o lineup e fortalecem o movimento do blues que vem surgindo na região, oferecendo suas experiências com o diferencial que é necessário para garantir a qualidade musical que o público certamente saberá apreciar.
Allan House & Mississipi Jr. A tradução literal de uma leitura original do blues que vem dos campos de algodão do Delta do Missisipi. Trazendo toda a sua raiz com a verdade e a expressão que o blues trouxe em sua essência desde os primeiros nomes desta história. Charley Patton, Son House, Willie Dixon, Muddy Waters, Little Walter, são alguns dos clássicos e imprescindíveis nomes que estes artistas cuiabanos conseguem trazer à tona em interpretações cheias de sentimento e espiritualidade. Recém chegados do Bonito Blues & Jazz Festival, começam uma história que deve circular o Brasil levando esta sonoridade ímpar e esse talento cheio de carisma que faz da apresentação deles um brinde ao blues com muita identidade e bom gosto!
Stone Flower Blues Um projeto que tem na sua base o blues tradicional e moderno, trazido do sul do país pelo gaitista catarinense Robson Resner ditando o ritmo e dando a roupagem harmônica ao talento de outros dois músicos já reconhecidos pela performance e pela qualidade dos trabalhos, cheios de intensidade e entrega. Marcas que fazem da Stone Flower hoje uma referência no estilo blues, rock, pop e world music. A diva Camila Fidelis empresta toda a sua energia e potência vocal para garantir um espetáculo de muita categoria e fineza, completando com as harmonias das cordas que o guitarrista Fabrício Pimenta imprime nos arranjos. É blues, é rock, é pop, é música do mundo, é sentimento e muito talento. O show em Chapada promete bastante e merece ser apreciado sem moderação.
Silver Guy A joia do blues matogrossense. Com os pés rachados no Cuiabá, mas com a mente e coração transportados direto do gueto de Chicago, este menino tem o dom diferenciado. O blues em suas veias, e o coração cheio de sentimento pronto pra entregar em cada nota da sua guitarra um ataque de feeling, traduzir isso tudo em uma sonoridade totalmente enraizada no estilo do blues norte-americano e marcar o início de sua trajetória com a sua verdade e sua essência. Sem esconder que está influenciado pelo maior gênio do blues atualmente, Buddy Guy, produz um show com repertório que vai do slow blues, passando pelo shuffle tradicional e com boas pitadas do funk soul, característicos do blues de Chicago. Vem para a sua estreia em um festival de blues, e será a grande surpresa revelação desta edição.
The Free Blues Band A banda formada em 31 de março de 2016, com intuito de executar um tipo de som experimental com traços de improvisação, sob forte influência do Blues, Jazz e Southern Rock. Vem de Rondonópolis com a formação em trio. Cesar Ramos – Guitarra, Emanuel J. Santos – Bateria, Harmônica, Felipe Cezar – Baixo. Serão os representantes do interior do Estado, demonstrando que o blues por estas bandas está com ótimos trabalhos. Integrando a capital, Chapada dos Guimarães e outras cidades do interior o Geodésica in Blues Festival fortalece os laços musicais do estado cumprindo relevante papel de fomento cultural.
Underground Blues é um projeto idealizado pelo reconhecido vocalista Anderson Ramon, com a proposta de formar um repertório exclusivamente de blues nacional, esta banda escolheu nomes como Bêbados Habilidosos, Celso Blues Boy, Blues Etílicos entre outros, para oferecer o blues brazuca servido na mesa de bar. Os integrantes são vindos de outras formações e bandas de rock, Blues e até baile! Gustavo Farias, guitarrista reconhecido e requisitado para diversos trabalhos de rock e blues, Luiz Brizuela, baterista de blues e Fábio Galvão, baixista de todos os estilos, completam a formação e chegam com a responsabilidade de fazer a abertura do festival. Em referência ao homenageado do evento, o repertório será exclusivamente com obras de autoria do bluesman, Renato Fernandes (fundador, compositor e frontman da banda Bêbados Habilidosos), em músicas que lembram a sua trajetória.
Ótima matéria Ferreirinha!
O evento estava ótimo, e foi legal a idéia que trocamos por lá.
Esse tipo de evento é mais do que necessário fazer parte de um calendário fixo em Chapada.
Me envie um e-mail, vamos trocar idéias pelo zap, não tenho seu contato.
Ótima matéria Ferreirinha!
O evento estava ótimo, e foi legal a idéia que trocamos por lá.
Esse tipo de evento é mais do que necessário fazer parte de um calendário fixo em Chapada.
Me envie um e-mail, vamos trocar idéias pelo zap, não tenho seu contato.
Abrax