Nós, profissionais da cadeia produtiva de várias linguagens artísticas que atuam em Mato Grosso – em face à extinção do Ministério da Cultura – pontuamos que não reconhecemos as ações de um governo que restringe a participação popular em suas decisões e que sufoca e aniquila os avanços do setor cultural arduamente conquistado nos últimos anos.

Acreditamos que este novo governo desvirtua o valor do trabalho do artista e estimula pessoas intolerantes a acreditarem que os profissionais das artes são meros aproveitadores do dinheiro público, desconsiderando que a economia criativa empenhada em nossas iniciativas também impulsionam o progresso e desenvolvimento do país.

Não reconhecer a potencialidade de investimentos em cultura e as políticas públicas implementadas na última década – desenvolvidas pelo Minc que foi eleito nas urnas – é uma afronta à democracia.  A extinção do MINC é a prova de que este governo imposto está empenhado em manter uma população escravizada em sua própria ignorância de sua identidade, sua cultura, suas tradições e sua força.

No entanto em nossa luta não aceitaremos o ministério de volta para coexistir com uma gestão que usou de artimanhas escusas para chegar ao poder. Para nós, o MinC é nosso!  Continua existindo no campo ideológico, pois trata do patrimônio imaterial do povo brasileiro.

Lutamos contra o golpe que agora se instala! Lutamos pela construção de uma nova era democrática.  Acreditamos que ainda que o Minc fosse reincorporado à gama de ministérios – com uma suposta autonomia-, certamente sua gestão não comungaria dos mesmos ideais, como a descentralização do acesso à cultura, a valorização à diferença e respeito às liberdades, conceitos que há tempos vinham sendo consolidados. E quiçá, seus recursos seriam revertidos justamente, sem privilegiar agentes que aceitam e reconhecem a dominação elitista que se configura neste novo processo.

Assim como o Minc, toda a representatividade das minorias e dos direitos humanos foi diluída. Conquistas como o Marco Civil da Internet, a inserção de comunidades quilombolas e indígenas, o midialivrismo e a conservação do patrimônio histórico desaparecerão.

Agir com neutralidade agora é apoiar o retrocesso. Quem se cala, consente e legitima. Resistiremos até o final, associados a outras entidades de classe e de representatividade cultural que caminham a nosso lado, como a Frente Nacional de Teatro, Movimento Indígena, Movimento Negro, Jornalistas Culturais, Movimento de Teatro, Estudantes Secundaristas e Universitários  bem como outros diversos grupos de artistas que têm garantido à resistência ao sair às ruas, se pronunciar em espetáculos e ocupar prédios públicos federais.

ESTAMOS NAS RUAS, NAS OCUPAÇÕES!!

O MINC É NOSSO!! FORA TEMER!!

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