Tem pessoas que expressam com o próprio corpo a maneira de viver e suas crenças. Jhon Douglas é um desses caras que não tem medo de meter a cara na vida com a coragem das grandes personalidades. Grande mesmo, no sentido de expressar seu modo de vida com tremenda dignidade e originalidade. Num momento em que as pessoas (uma boa maioria) tendem a querer surfar nas ondas das grandes cidades, principalmente as que aparentemente têm uma oferta maior de trabalho, consumo, lazer e outras coisas mais. Digo aparentemente por que essas condições podem não estar somente nas grandes metrópoles, ainda mais em tempos de Internet. Mas vamos lá, depois de Cuiabá e Lisboa, México, Alemanha, o artista rondoniense, o Jhon, o Douglas, o menino arteiro que muito se assemelha a um ser primitivo amazônico futurista, meio índio, meio universal, meio branco, meio sei lá o quê, desses caras cosmopolitas, resolve voltar para Rondônia.

Músico, artista visual, poeta, compositor, pensador, produtor cultural, ele circula com sua arte em um processo de desenvolvimento pessoal e movimento artístico carregando na bagagem suas marcas já bastante peculiares, com personalidade ímpar. Suas marcas visuais lembram um pouco os pré colombianos, algo de incas e maias, ou alguma gente pregressa desses aglomerados florestais amazônicos, com toques de contemporaneidade, estão espalhadas por aí, em museus, galerias e ruas de Brasil e Europa.

Após um período em Rondônia, de retorno a suas origens, seu lugar de origem, depois da experiência urbana além mares, e ares de Portugal, sem nunca largar seu instrumento de transporte – surfando nas superfícies sobre rodinhas – com seu skate inseparável, com o violão, que também se tornou presença constante, ele lança seu novo single, canções dele mesmo, e participações dos velhos companheiros, os cuiabanos, Dewis Caldas (já se tornou um senhor português, com filha, esposa e tudo), Lucas Brandão (cidadão do mundo), Sheipys e Caio Mattoso. “A música é uma ferramenta, assim com a pintura, os vídeos que faço, ou o skate, o que importa é a mensagem, é o que sou, e esse desejo de ecoar alguma mensagem, de mostrar o que eu sou e de onde eu vim se misturam com esse lado amazônico e isso reflete em tudo o que eu faço e canto”, diz Jhon sobre sua nova empreitada musical, o disco MATO, que será lançado no início do ano.

Ouça o single AQUI.

Jingle Boys em foto de Aline Camargo

Há dois anos, Jhon começou a se apresentar com seus Jungle Boys em várias locais de Lisboa, inclusive em suas exposições e pintura de murais. Cheio de histórias amazônicas e canções com aquele balanço brasileiro, o menino de Vilhena canta com todo o fôlego, ‘’eu vou voltar para o mato para me desatualizar’’, fazendo um convite a si mesmo para voltar para suas raízes rondonienses. Nos últimos onze meses, Jhon aproveitou sua estadia se desatualizado em sua região e criou, de forma caseira e espontânea, o disco MATO: ‘’Estas músicas apresentam este universo de onde vim, da mata, dos bichos, dessa vida na floresta, na fronteira do Brasil’’, diz, e logo completa, ‘’é uma questão do tipo de vida que vi por onde passei, o ser humano é parecido, mas tem uma mecânica diferente, seja em Vilhena ou em Lisboa, que são cidades iguais, mas ao mesmo tempo completamente diferentes’’, resume.

Após uma temporada se ‘’desatualizando’’ em sua cidade natal, em Vilhena, Estado de Rondônia, na Amazônia do Brasil, Jhon foi o idealizador do projeto Posse Cultural, um coletivo independente que visa revelar as muitas interfaces da cultura local. Agora está novamente em Lisboa para uma nova temporada de vivências.

 

• www.jhondouglas.com/music

• www.youtube.com/watch?v=-RQOLWgwdU8&t=1s

• www.youtube.com/watch?v=Jchdyz0jcSQ&t=15s

• www.instagram.com/jhondouglas

Jungle Boys – www.instagram.com/jungleboyslisboa

 

 

 

 

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