Por Túlio Paniago*
Retalham carnes
Separam cortes
Açougues do fim do mundo
Facas com fio
De morte.
Escarnecem corpos
Orgias de órgãos
Carnes baratas
Vendem que nem
Alma.
Órgãos frescos
Em frascos de vidro
Dão sobrevida
Ainda que breve
Aos fracos
De vida.
Ouça! Um coração palpita.
Desencarnado do corpo
Ensanguentado de espírito
De alguém que desconheço.
Olha! C’est la vie.
Meu coração no lixo
Tá pouco se lixando
Aprendeu o que é desprezo.