Por Glauber Lauria

Enquanto os dias se atropelam a esmo

e uma nova Nínive nas calçadas ergo

leio eu te amo em total desespero

flerto com taras que ainda desconheço

 

cada garrafa desce para ser sono

colapso de corpo ensandecido ao extremo

acordo em falo duro como rochedo

e não posso com ele esculpir um novo templo

 

não tremo em ser outra vez degredo

parto sempre de descobertas pleno

ainda incendeio um país ao sê-lo

como o romano Nero de tédio cheio

 

quero fundir em escultura o ouro

ser esteta de um museu em recreio

Amor é mais que ser do outro

Amor é nunca dar-se ao respeito

 

Glauber Lauria é poeta mato-grossense e mora no mundo. 
Nascido em 1982, publicou de forma independente o livro Jardim das Rosas em Caos, 
já participou de três antologias em diferentes estados brasileiros 
e possui poemas publicados nos seguintes periódicos Sina, Acre, Fagulha, Grifo, 
Expresso Araguaia e A Semana.

 

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