Preciso discorrer e deixar voar a minha mente do que foi a gravação do filme “Pandorga” de Mauricio Pinto. Ainda não sai de lá, meu corpo tá aqui, mas o pensamento ficou preso na imersão em que mergulhamos todos.
Para situar os desavisados, “Pandorga” é um curta-metragem mato-grossense independente de baixo orçamento, é um road movie (ou filme de estrada em português) e foi a primeira vez da maioria ali. O cenário: Chapada dos Guimarães, sua energia mística e seus duendes. Temos três protagonistas (ao meu ver): Tulio, Thais e o Corcel vermelho 77.
Tulio e Thais: um casal de namorados que está passando por uma fase fria do relacionamento, ele descobriu recentemente uma doença terminal e os dois seguem até o mirante para abrir o envelope no qual ele saberá quanto tempo de vida lhe resta.
Eles embarcam em uma viagem espiritual onde conhecem Seo Jair, um vendedor de pamonha que lhes dá algo em que pensar, e Brisa, uma andarilha que resolveu deixar tudo para trás e viver o hoje viajando por aí.
Temos o roteiro, temos um diretor de primeira viagem que carregou um sorriso no rosto e segurou a marimba mesmo nos momentos mais difíceis (e que por sinal mandou muito bem), temos os equipamentos e a criatividade do Rosivaldo José Rosa para engaiolar o carro, temos a equipe maravilhosa que virou família dormindo e acordando juntos todos os cinco dias de gravação.
Não foi tudo lindo o tempo inteiro, claro, passamos por dificuldades das mais diversas. Momentos de tensão ao sair com a van puxando o Corcel vermelho por um cambão que quebrou algumas vezes no meio do caminho. E o Corcel não era fácil, diga-se de passagem, os atores não conseguiram domar ele muito bem.
Porra, esqueci de falar dos atores! Temos os atores! Tulio: Álamo Facó, carioca gente boa, ator/diretor/roteirista de cinema e teatro. Thais: Ella Nascimento, baiana maravilhosa (ou soteropolitana para ser mais exata), atriz/dançarina. Seo Jair: Romeu Benedicto, cuiabano do pé rachado, ator/diretor. Brisa: Tatiana Horevicht, paranaense de nascença e cuiabana de coração, atriz/diretora de teatro.
A equipe e os atores escolhidos foram a peça-chave para o filme dar certo mesmo com as adversidades, e não podemos esquecer de mencionar a nossa querida preparadora de elenco Juliana Capilé que em conjunto com os atores trouxeram soluções incríveis para o nosso diretor!
A produção do filme sempre segurando a barra. Carol Araújo, nossa base sólida de uma organização impecável, não faltou nada, tava tudo ali pra quem precisasse. Lu Amorim e Pati Ribeiro, vocês foram do caralho! O tempo todo muito atenciosas em cada detalhe.
Vamos falar sobre a poesia do filme? O roteiro é pura poesia e filosofia! Os personagens seguem em uma viagem espiritual onde cada detalhe desperta um diálogo reflexivo sobre a vida e as nossas maiores preocupações. Isso tudo retratado pelos olhos e lentes do nosso diretor de fotografia, Mario Zugair, que é sempre muito minucioso e dedicado ao seu trabalho. Lembrando que a paisagem de Chapada merece muitos créditos também!
Ah! Não posso deixar de lado o piadista da equipe que tá sempre atrapalhando a fotografia (rs), Yuri Kopcak e o seu “boom” preso no mato! Sempre com um humor inabalável, o cara que ouve tudo foi imprescindível pro filme funcionar.
Se eu for mencionar a importância do trabalho de cada um dentro do filme, vou ficar escrevendo aqui por horas. De todas essas almas em conjunto, só pode nascer um filme lindo, com muita poesia e reflexões não só acerca do roteiro, mas da vivência que acaba de ser um marco entre antes e depois de “Pandorga”.
Fica meu agradecimento a todos por essa experiência incrível que eu tive a oportunidade de viver e agregar à minha vida. Jota, Jhony, Rosi, Kelven, Thiago, Livia, Deia, Lu, Pati, Ju, Tati, Álamo, Ella, Romeu, Tulio, Thais, Brisa, Seo Jair, Yuri, Felipe, Mario, Carol e Maozen, obrigada!
e tu Carol o que fizeste no filme? e foto sua né…..louco pra ver o resultado….