eis que surge um prato

bem em frente

poderosamente vazio

cheio – ôcos traumas desejos

a imaginação flutua como um nariz ao ar

cheiros e sabores

a necessidade de preenchimento

demasiado humano

 

a distribuição é nefasta. irrisória. risível aos dentes do clown

a boca gira e morde o ar

um prato cheio de ar não se sustenta. nem o poema

não há poema que acalante a fome

 

a cidade adormece sob as cinzas

da última noite

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