Por Gilda Balbino*
O processo migratório em massa para a Europa provoca uma disparidade sem precedentes. Há uma inversão nesse processo já que no passado, eram os europeus que migravam para diversos países.
Havia um processo de assimilação cultural e o imigrante, aos poucos, tornava-se parte do país. Hoje isso não mais acontece. Os governantes europeus entendem que representam culturas superiores e os imigrantes representam culturas inferiores, não existindo essa assimilação cultural.
Vivemos num mundo globalizado, multicultural, onde dependemos uns dos outros para sobreviver. Os imigrantes chegam a um pais para trabalhar, pagam impostos, cumprem as leis e querem ser reconhecidos como cidadãos. Mas não querem abrir mão da sua origem, da sua identidade.
O processo migratório para o Brasil feito por haitianos, bolivianos, africanos dentre outros, apresenta diferenças culturais, sociais, linguísticas, de gênero. O desafio que encontramos é aprender a conviver com essas diferenças. A cultura dominante precisa interagir com eles até porque, a longo prazo, essa situação pode ser de grandes benefícios para todos.
Não há uma solução milagrosa ou rápida para o problema dos refugiados e imigrantes. Estou convencida de que um mundo diferente, melhor do que temos hoje é possível desde que estejamos dispostos a aprender, a respeitar a autonomia dos povos, construindo uma convivência ética, justa e solidária.
*Gilda Balbino é assessora parlamentar, especialista em gerência de cidades pela FAAP.
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