Por Glenda Balbino Ferreira*

Hoje quero falar de uma senhorinha maravilhosa, bem humorada, cheia de cor e vida! E que aos 94 anos tem uma das maiores coleções de peças de roupa da alta costura, é empresária, e designer de interiores. É possível defini-la de várias formas, exótica, criativa, excêntrica, aventureira, à frente de seu tempo. Não foi e nem é estilista, modelo ou editora de moda.

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Seu nome é Iris Apfel, nascida em Nova York, em 1921, era criança durante a Grande Depressão (1929), e isso influenciou seu estilo. “Aprendi com minha mãe que apenas com um vestido preto, mudando os acessórios, você pode ir em qualquer lugar, incluindo uma festa de gala”.

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Estudou História da Arte na Universidade de Nova York e frequentou a Escola de Artes na Universidade de Wisconsin. Começou sua carreira na Jornal Women’s Wear Daily.

Fundou na década de 50 a fábrica de tecidos para decoração Old World Weavers, e junto com seu marido Carl, viajou o mundo todo.

Ícone fashion, ela conta que as coisas foram acontecendo na sua vida sem que planejasse muito, “houve um momento em que fiquei muito velha para ser mãe e muito nova para morrer, então, decidi continuar trabalhando”.

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Os braços cheios de pulseira e os óculos em tamanho máxi, são a sua marca registrada. Seu closet lotado de roupas e acessórios incríveis garimpados de Paris à África, foi tema de uma mostra intitulada “RARA AVIS” na Metropolitam Museum of Art’s Costume Institute de Nova York.

171012dazedirisapfel1-460x600Já foi capa da revista “Dazed & Confused”. Trabalhou com a Swarovski; Elements. Assinou uma linha de cosméticos para MAC. Participou da decoração da Casa Branca durante nove mandatos presidenciais diferentes.

“A vida é cinza e sem graça. Quando você se veste, ou decora, é possível divertir as pessoas. E as cores podem ressuscitar os mortos”.

No jantar beneficente do American Image Awards que aconteceu dia 24 de junho deste ano, ela recebeu o título de “Vanguardista da Moda”, e disse “eu nunca pensei que pudesse levantar essa bandeira, na verdade, eu só nunca deixei de fazer o que eu queria”. Nessa mesma noite ela doou US$ 100 mil à instituição de caridade Mercy Shipes (é uma ONG que trabalha promovendo saúde para populações pobres ao redor do mundo).

Este ano ela fechou uma parceria com a Macy’s (loja de departamentos de Nova York) para desenvolver uma coleção exclusiva, curiosamente voltada para o público mais jovem de roupas e acessórios. Sobre essa coleção ela fala que “as blusas de mangas compridas são uma benção para nós mais velhas”.

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Seu mais novo projeto é uma marca de joias com peças que além de decorativas, são capazes de monitorar a saúde de quem as usa. São três modelos de braceletes banhados a ouro. Todos registram dados como as calorias gastas no dia, e a quantidade de km andados, e ainda podem enviar mensagens do tipo: lembre-se de beber água.

Ao lado da modelo Karlie Kloss anunciou a coleção de verão da Kate Spade.

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Sobre Iris – Para saber mais

Albert Maysles dirigiu um longa sobre Iris Apfel que estreou nos EUA no dia 29/04/2015.

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“Você pode tentar ser alguém que não é, mas isso não será estilo. Se alguém diz: ‘compre isso que você estará estilosa’, você não estará estilosa porque não será autenticamente você. Primeiro você precisa saber quem você é, e isso é um processo doloroso”.

“Odeio fazer as coisas parecidas com todo mundo, e isso é muito difícil em uma sociedade imediatista. As pessoas precisam entender a beleza dos processos de criação. Vejo tantos designers fazendo tudo igual uns aos outros. É uma corrupção criativa”.

“Eu me visto para mim. Unicamente para mim. Espero que as pessoas gostem. Mas se não gostarem, o problema é delas, não meu”.

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Ela acredita ter sido a primeira mulher a usar uma calça jeans nos anos 1940, principalmente pela dificuldade que foi para conseguir comprar a peça masculina. “Não me venderam. Eu voltei na loja mais de três vezes até conseguir”.

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“Há necessidade de se ter artistas, pelo simples fato de que se eles não existirem, as pessoas murcham e morrem sem a arte”.

“Mulheres mais velhas não devem exagerar na make. Aves antigas não devem querer parecer passarinhos primaveris”.

Seu documentário está disponível no Netflix.

Foto-A0095*Glenda B. Ferreira, pianista, publicitária, curso de moda incompleto, empresária dona da camisetaria VISHI e mãe de Theo Charbel, 55 anos.

 

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