Por Luiz Renato de Souza Pinto*
Quando a gente torna público um pensamento, uma ideia, um desejo, não temos bem a dimensão do que pode ocorrer. Isso ocorre em função da propagação de uma maneira muitas vezes singular de ver determinada questão. Gravar uma canção, externar uma opinião, publicar um livro são, portanto, maneiras de se dizer o que pensa e contrariar o instituído como padrão de normalidade. Estamos vivendo um tempo em que a originalidade tem sido condenada em nome da homogeneização dos discursos, do nivelamento por baixo dos padrões de consumo e uma multiplicação inconsistente de elementos culturais que têm deformado o patrimônio imaterial da humanidade.
Isso posto, observamos que em todas as áreas do conhecimento isso tem ocorrido. Na música, os ídolos já não têm o mesmo apuro estético de outros tempos, na literatura não há porque ser diferente. Não se trata aqui de criticar este ou aquele artista, mas sim de compreender as bases materiais sobre as quais se edificam esses discursos e o consequente nivelamento dos resultados. A Estética da Recepção preocupa-se com as distintas maneiras pelas quais os discursos são recebidos, assimilados. A Sociolinguística, com a pluralidade das linguagens, condutoras da discursividade.
Este livro, fruto da parceria com o escritor pernambucano Carlos Barros, comemora vinte anos de isolamento de uma amizade que começou em Curitiba, circulando pelos bares e eventos literários da capital paranaense. São crônicas que abordam aspectos distintos da condição humana e questões relativas à arte e cultura nacional. Carlos está entre nós desde o dia 13/10 para desenvolver atividades junto ao Instituto Federal de Mato Grosso, cursos do Departamento de Eletroeletrônica, do projeto de pesquisa “Em meu seio há liberdade” e, a convite do professor Noel Constantino, coordenador do curso de bacharelado em Turismo do IFMT, fará palestra acerca de representações poéticas da cidade de Recife, através do olhar de diversos autores da Veneza brasileira.
Fico só pensando e quero deixar claro que isso é apenas uma opinião. Gosto demais do Dylan, repito, mas não sei se esse furacão conservador que aniquila as bases de uma profunda reflexão filosófica que atende às demandas do neoliberalismo tem promovido algum bem à humanidade, tão carente de bons exemplos e de um senso estético mais apurado: só acho!
*Luiz Renato de Souza Pinto, poeta, escritor, ator performático e professor.
legal a capa!!!
assino embaixo totalmente, sinto um arrepio estranho quando um premio de literatura faz uma curva dessas…