It girl dos anos 60/70, Jane Birkin nasceu em Londres (1946) mas adotou Paris para morar. Continua um ícone de estilo até hoje. Atriz e cantora, seu jeito de vestir era livre/ousado/moderno para a época.
Vestiu Paco Rabanne, Andrés Courrèges (pioneiro da moda futurista), entre outros.
Jane Birkin apareceu na Swinging London (cena modernista e efervescente culturalmente na Londres dos anos 60) no filme cult “Blow Up” de Michelangelo Antonioni, nua aos 20 anos.
Foi a famosa editora de moda da Vogue Diana Vreeland, já citada aqui quem usou/lançou esse termo “swinging” (vibrante, descolado, moderno), declarando/definindo a Londres daquela época como “a mais vibrante e avant garde cidade do mundo”. A cidade da criadora da mini-saia Mary Quant e das super models Twiggy, Jean Shrimpton e Veruschka.
Nos anos 70, Jane Birkin conheceu Serge Gainsbourg (compositor, pianista, cantor, diretor, poeta) francês, considerado o Boudelaire dos anos 60 que na época estava recém separado de Briggite Bardot, e viveram uma grande paixão. Ele com 40 anos e ela com 22 anos, formaram um casal ícone de comportamento liberal dos anos 70. Serge Gainsbourg era feio, narigudo, franzino, orelhudo e dizia “a feiura é superior à beleza, porque dura para sempre”.
O casal causou polêmica e escândalo ao gravar a música de Serge “Je t’aime moi non plus”, proibida em vários países inclusive aqui no Brasil, época da ditadura militar, considerada um atentado aos bons costumes (hipocrisia). Me lembro que aos 10 anos de idade em minha casa rolava a “música proibida” hahaha… Pai e mãe avant gardes, maior orgulho e admiração por tudo!
Sobre essa música, disse Jane Birkin “quando o papa a proibiu no Vaticano, não me lembro de ter ficado chocada, eu só me lembro de achar que era tudo terrivelmente engraçado”.
Em 1983, num vôo de Paris a Londres, Jane Birkin estava sentada ao lado de Jean-Louis Dumas que havia assumido a direção da Hérmes (empresa fundada por seu bisavô) quando a sua icônica bolsa de palha caiu espalhando suas coisas, ela disse “bolsas nunca tem bolsos suficientes”. Inspirada nesse episódio a grife Hérmes criou em 1985 a bolsa Birkin em vários tamanhos, hoje um sucesso mundial, cobiçadíssima pelas “fashion people” do planeta.
Ano passado, Jane Birkin pediu para tirar o seu nome da bolsa por que não estava satisfeita com os processos de fabricação, pediu ética e foi plenamente atendida.
Hoje é ativista política, faz trabalhos humanitários, como para a Anistia Internacional da Bósnia, e continua fazendo shows.
E é assim, aos 70 anos ela ri, solta o riso, se veste de brincadeira, de fantasia e enche de graça seus inseparáveis jeans. Com humor, ciente de seu tempo, cosmopolita, dona de uma beleza/atitude/elegância atemporal, é livre, leve e plena, com o direito de ser como bem entende.
Vive la liberté!
Para saber mais sobre Jane Birkin nesse documentário ela fala sobre sua vida e de seu celebrado relacionamento com o falecido Serge Gainsbourg, em um perfil íntimo dirigido por sua namorada Gabrielle Crawford.