segunda-feira
um farol
a imensidao
de oceanos
a dureza de rochas
milenios passam
dores correntes
ondas quebram
estou
como um feiche
de luz
o som
em movimento
estrelas dançam
o farol de santa maria
1874
atravessa seculos
guia marujos e afogados
marca o tempo lento
o mar revolto
beija suas areias
recheadas de conchas
que guardam segredos
imovel
o farol permanece
espectador da eterna
luta
entre mares e rochas
que se quebram
violentamente
pedras esculpidas
em uma ansia das aguas
em tomar o que lhe pertence
me inundo
sou farol
mar
rocha
concha
pedras brancas
e escuras
me inundo em ser
me misturo
entre cores e sons
escondo a dor
que move
respiro ar e maresia
sou luz de farol
agua em movimento
e permaneço
Rocha
Belo poema, uma enxurrada de imagens, cria o efeito de ondas poéticas que vêm e vão