*Publicado em 13 de maio de 2016
Todos nós brasileiros sabemos que o calçadão de Copacabana (ondas brancas e pretas), o Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro, são obras do arquiteto, paisagista, Roberto Burle Marx, que nasceu em São Paulo mas passou a maior parte da sua vida no Rio de Janeiro (1909-1994).
Paisagista, cozinheiro, colecionador de arte popular e religiosa, também era barítono (musicista). Barítono é o timbre do som de instrumento musical de sopro com pistões. E é a voz masculina intermediária que se encontra entre as extensões vocais de baixo e tenor, é uma voz mais grave e aveludada.
Morou na Alemanha entre 1928 e 1929 e lá conheceu os movimentos artísticos da época como o Expressionismo, o Cubismo e o Dadaísmo. Ficou encantado e começou a estudar pintura. Esse conhecimento fica evidente nos projetos de seus jardins.
Em 1932 ele começa a desenvolver o paisagismo. O que eu não sabia e achei interessante falar é, que, esse multimídia hiper-talentoso com trabalhos na área da escultura, pintura, tapeçaria, joalheria, desenvolveu também CENOGRAFIA e FIGURINO para teatro.
Até 1994, quando morreu, já tinha projetado mais de 2000 jardins públicos e privados, visivelmente pontuados com as formas, as cores e a estética do Modernismo.
Do fim dos anos 20 ao início dos anos 40 a pintura de Burle Marx é Expressionista. Formas estilizadas, cores intensas, cenas intimistas, nus femininos, naturezas mortas, paisagens e favelas são encontradas nas pinturas desse período.
Na década de 40 ele se interessa pelo Cubismo, por Cèzanne, Picasso e Braque.
Na década de 50 se aproxima do abstracionismo sem romper o estilo figurativista dos anos anteriores.
É considerado cidadão do mundo pela importância do seu trabalho.
Até o dia 18 de setembro de 2016 está acontecendo a exposição “Brazilian Modernist” no Jewish Museum de New York. Segue em 2017 para o Deustsche Bank Kunstalle em Berlim, e, em seguida para o Museu de Arte do Rio (MAR), em novembro do mesmo ano.
Diz Claudia J. Nahson, curadora da “Brazilian Modernist”: “É também a possibilidade de reapresentar ao público americano um dos mais importantes nomes do Modernismo no planeta”.
A curadora da exposição diz ainda que, a carioca, Beatriz Milhazes, e o americano Arto Lindsay, estão entre os artistas mais influenciados pelo mestre. Arto Lindsay criou uma trilha sonora “Butterflies Molasses” para “se acompanhar o paisagismo de Burle Marx”. Para Claudia, “Burle Marx e Beatriz Milhazes são dois dos mais importantes coloristas brasileiros”.
Os curadores da exposição, Jens Hoffman, é vice-diretor de Exposições e Programas Públicos no The Jewish Museum em New York. Foi curador de mais de 50 exposições internacionais. Claudia atua há 23 anos no Museu.
Finalmente, quero dizer que ele era muito sofisticado. A sensibilidade exacerbada elevava seus trabalhos a níveis imensuráveis, revelando o talento latente de suas criações. Um homem que buscava a plenitude seduzindo-nos em cada cor, cada detalhe, cada forma, textura…Viva, viva, viva, Roberto Burle Marx! Au revoir!
*Esse texto é dedicado ao meu querido primo, o arquiteto, Ivã Guimarães.
Barítono é a voz masculina intermediária, que se encontra entre as extensões vocais de baixo e tenor. Trata-se de uma voz mais grave e aveludada que a dos tenores, porém quase nunca conta com a mesma agilidade.
(não existe instrumento musical chamado Barítono)
excelente matéria..glenda parabens!