A história da música em Mato Grosso produziu algumas figuras emblemáticas. Artistas que fincam o pé na história e passam a fazer parte de um imaginário. Em Cuiabá, o rock produziu várias dessas figuras. Uma delas é o Corvo. Hoje Corvo Malevah.
Viajo nos clarões da memória farta de tanto vivenciar essas escaladas musicais por escalas e escolas diferentes. Da batida do punk ao quebra cabeças do trash-metal, hard, grind, tantos cores. Tantos corações à solta nas noites infernais de Cuiabá. Tantos corações duros a ecoar seus cantos pelos recantos mais escuros da cidade.
Hoje tudo isso me parece um tanto anacrônico. Resistências de um tempo remoto. Mas os discursos são válidos e se atualizam a cada momento de ruptura social (agora, por exemplo), da esclerose humana, da índole de guerra, bélica, antissocial, assassina das possibilidades dos excluídos. Isso nunca muda, só amplia as ressonâncias, o mundo sempre esteve em guerra, paz é só um sonho que alimentamos, paz é só um breve intervalo entre uma guerra e outra.
A banda se define como do gênero D-beat Crust core. Novidade para mim também esse gênero. Eles definem assim: “D-beat é uma batida de tambor, especificamente uma rocha rápida batida única para Punk Hardcore, especialmente no Reino Unido e suas variantes Européias. O nome é derivado da banda britânica Discharge. O uso mais conhecido deste estilo pode ser atribuído ao seu baterista Terry/ Tezz. Em todo o mundo, D-beat tem um culto de seguidores e desenvolveu mais fortemente na Escandinávia, Japão e Brasil. É um termo contemporâneo mais comum na América do Norte. D-beat é gênero de bandas quase que exclusivamente de discurso anti-guerra, de mensagens punks e anarquistas.”
Muito bom Malevah. Boa sorte amigos. Parabéns pela matéria Eduardo!