Por Paulo de Tarso*
Tido como o maior álbum de todos os tempos, o Pet Sounds continua após cinco décadas depois de seu lançamento sendo mais uma vez aclamado como a referência musical do chamado pré “British Invasion“.
Porém, o mundo musical deu sua cara quando houve a reviravolta, e os sons britânicos começaram a viver seu grande sucesso via Beatles, Animals, Rolling Stones e tantos outros que infestaram rádios e paradas de sucesso de todo mundo.
Tudo isso começou tempos depois do álbum “All Summer Long” (1964), que, apesar de sucesso de critica e público, marca uma ruptura dos Beach Boys com o sentimento californiano.
Começava aí a criação de um álbum que é sem dúvida a maior revolução estética e sonora da indústria do rock e fonográfica, começava a nascer o embrião do, nada mais, nada menos, “PET SOUNDS“.
Cansado da mesmice e pensando em fazer algo realmente inovador, Brian Wilson se junta aos espíritos do som e da algazarra e começa construir aquele que seria a referência de grandes astros de futuras gerações.
O álbum é marcado por criações pessoais. Marca a fragilização e decepções românticas, mas, principalmente, o desencanto com tudo e todos. São temas recorrentes em PET SOUNDS, dando um ar perverso e dramático, o que vai de total desencontro a tudo que a banda californiana fazia até então.
Começava a se perceber que a banda começava a perder sua inocência e abrir caminhos verdadeiros de descobertas que até então não havia mostrado em seus trabalhos anteriores. O álbum é complexo e fica difícil destacar os pontos altos, pois é de uma sutileza musical extraordinária e cada canção tem seu propósito. Vale a pena visitar o lirismo “I’m waiting for the Day“ e “That”s not me“, mas é imprescindível ouvir a faixa carro chefe “God only Knows‘”, onde o criador mostra sua angústia doentia, fazendo com que, a cada verso e acorde, você tenha sensações de piedade, empatia, raiva e não consiga segurar seus pensamentos.
O que mais chamou a atenção quando da gravação do álbum “PET SOUNDS” foi o perfeito encaixe entre correr riscos e o tradicional que dava certo. A obra tem muito de invenção e rupturas.
O álbum é considerado um dos maiores legados da história da música pop, pois é precursor do chamado Rock Psicodélico. Diversos críticos e jornalistas consideram “PET SOUNDS“ o primeiro álbum conceitual do rock, destacando que o trabalho tem em si uma obra e não um bocado de músicas colocadas como singles, que até então era costume na indústria fonográfica.
Pink Floyd, Radiohead, Beatles, que tem em PET SOUNDS a referência para o clássico “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” lançado em 1967, The Band, Zappa, e tantos outros revolucionários agradecem aquele menino que em 60 – criou e imortalizou uma grande obra de arte.
A revista TIME, MOJO, e UNCUT, além claro da Rolling Stone, consideraram o álbum PET SOUNDS como o melhor disco de todos os tempos, e em diversos outros meios de comunicação como Record Words, Cashbox e Music Play. PET SOUNDS foi considerado o segundo melhor álbum de todos os tempos perdendo para o clássico dos Beatles, Sgt. Peppers, que é considerado filho legitimo do trabalho de Brian Wilson.
*Paulo de Tarso, pesquisador e produtor musical, jornalista, radialista, palmeirense!
Paulo suas matérias são muito massas cara continue aí mano veio mestre de boa e velha musica, abraço!