Por Glauber Lauria*

velas espevitadas

música posta

festim começa

 

abram-se garrafas

dispam-se corpos

estalem beijos

vergastem nádegas

 

morna pele

fria prata arrepia

boca vermelha

vinho pinga

 

olhos luzem

Vênus incita

gueixas orientais

negras odaliscas

impúberes colegiais

matronas decadentistas

 

doces efebos

másculos atletas

misteriosos andróginos

cultos estetas

 

um recita Wilde

outra Sade berra

gatos passeiam pela sala

deslizam aranhas pelos cortinados de seda

 

Amor atravessa séculos

despudorado como luxo

corpos entregam-se suaves

são flores a deitar perfume

 

dissolução esperma e crime

pecado como arte

moral levada ao paroxismo

promiscuidade decadência e vício

 

hedonismo como um brinde de estilo

 

hedonismo como um ideal de vida

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