Descobri a literatura de Aline Bei através do Jorge Filholini, que conheci através de Marianna Marimon e Anna Marimon, que me levaram para conhecer o Marcelino Freire, quando levei um livro de Ricardo Guilherme Dicke, um Eunóia e a arte erótica de André Balbino com Sabores Nossos Odores, enfim a cadeia não tem fim. Uma coisa puxa a outra e outra, e os pontos vão se alinhavando, tecendo a trama dos resistentes e avantes que caminham sob o sol sob a lua sob qualquer corpo numa camada subterrânea que gera cumplicidade no meio da grande luta de afiançar o livro, escritos e manuscritos, teclas, os oceanos linguísticos visuais sonoros sensoriais do grande universo difuso de pixels.
De São Paulo, Aline dá o tom no conversos que travamos meio a tantos pontos de conexão que vamos formando aqui e ali, vozes que cantam juntas. ávidos por vida, por trocas de afeto e de beleza, ávidos por sonhos e utopias, possibilidades de encontros, exasperados para criar.
sou uma pessoa que escreve
vivendo entre o refúgio do quarto dentro de uma cidade pequena
e os lampejos-barulhos de uma cidade grande, tudo da janela do carro,
eu devia andar mais a pé.
– como a literatura entrou pela sua porta:
foi com uns 15 anos, quando eu comecei a estudar teatro
e o texto tinha um peso enorme pra mim. eu lia muito, vivia na casa de xerox da escola de teatro
tirando cópia das peças
querendo ler todas pensando será? que vai dar tempo, uma sede.
– o que a inspira ou pira para escrever?
a vontade de entender.
– quais livros te provocam mais, ou quais autores?
ultimamente estou lendo a série Minha Luta, do Karl Ove Knausgard, e tenho vivido num transe.
me interessa muito a memória inventiva
sinto saudades do livro quando não estou nele.
– como faz circular sua produção?
eu ainda não tenho nenhum livro publicado, meu romance vai sair no ano que vem. por enquanto tenho usado a internet como ferramenta, também saraus e oficinas de escrita.
– livro físico e livro virtual, qual é a sua estante?
os 2, mas cá entre nós
o livro.
– como vê a literatura hoje no brasil, ou nesse tempo em que somos todos vizinhos virtuais?
acho que estamos mais próximos. quando quero conversar com um poeta que admiro posso mandar um email, um inbox e se eu tiver sorte
ele pode me responder
e a gente pode marcar um café. as pessoas que produzem estão mais próximas
também do leitor
e isso eu acho maravilhoso.
– pra onde você vai? ou pra onde quer ir?
para os olhos
das pessoas, começando pelas mãos.
– escrever ou não ser?
escresendo.
-ser ou escrever?
a língua.
-que tempo louco é esse de intolerância, a literatura pode contribuir?
para um lado e para o outro, sempre, já que a literatura é feita por pessoas e ninguém está acima do erro.
blog alinese
rapa..é a maior gata..mas Ferrera..morreu o maior de todos e nem uma linha sequer em homenagem ao FERREIRA!!!
Araújo, fiquei com dez passos para trás com a guinada careta do Ferreira gullar com suas posições políticas e estéticas apesar de reconhecer nele influência forte em meus tempos de poeta imberbe. Sei lá, as linhas se romperam há muito tempo e não consegui admira – lo mais. O autor do Poema Sujo não combinava com o fardao horroroso da Academia de letras e muito menos com seus artigos na folha de São Paulo. Uma decepção para mim.