Por Carlos Valverde*
Canháem!
Esta cidade é oriunda
De tanto pano pra manga
Que eis meu dilema:
Cuiabá não cabe num poema
Ê, siminina!
Seu verde arde
Da aurora ao fim da tarde
Sob o sol que cora
Tudo que aqui mora
Espia lá, seu moço
O coloiado a refestelá
Ao som da viola de cocho
E gingado do ganzá
Tchá por Deus!
Do Coxipó ao Poção
Ninguém fica jururu
Tem rasqueado, lambadão
Siriri e cururu
Xaê, xômano!
Que ama guaraná ralado
Tá até doce, o pau rodado
Se acabando no caju
Pintado, pequi e pacu
Cidade verde, do céu azul
Coração da América do Sul
Os filhos deste brilho tropical
Louvam sua beleza colossal
Cuiabá de trezentos verões
Não coube neste poema
Pois é grande como os corações
De sua gente hospitaleira
Anciã da tradição
Noviça da evolução
Para além, não demora
Seu futuro é agora
Carlos Valverde é publicitário, escreve torto por linhas certas, ou vive-versa.
Maravilhoso! Espero ver muitos outros poemas desse autor em breve!
Sensacional!!! Linda homenagem.