O documentário “Machines” (2017) de Rahul Jain é um mergulho profundo no mundo dos trabalhadores das fábricas de tecidos, capturando o funcionamento interno de uma realidade exaustiva, monótona e sombria, onde se revela a condição desumana sofrida por esses operários (muitas vezes imigrantes), para as marcas de fast fashion (marcas que lançam seus produtos no mercado a cada semana, a preços acessíveis), em Gajurat, na Índia. Ganhou esse ano, o prêmio Sundance World Cinema Documentary.
“As pessoas só vem aqui olham nossos problemas e vão embora. Ninguém está pronto para tomar qualquer atitude. Diga-nos o que fazer.” (um trabalhador da fábrica).
O documentário explora a realidade existencial da classe operária e a industrialização.
“Machines foi a minha tentativa de entender como a arte pode ser política. Quando você está questionando desde jovem, como o mundo pode ser assim, como uma garrafa de vinho pode valer tanto quanto o salário de um homem, e quando ninguém pode lhe dar respostas satisfatórias para essas perguntas simples, esse é o tipo de visão de mundo que inspirou o filme. Se pudermos aprender e questionar as coisas no dia a dia que a maioria das pessoas considera normal, então a arte pode ser feita.” (Rahul Jain, diretor de cinema, nascido em 1991).
Embora exista uma conscientização para esse problema, a luta pela ética na moda está longe de terminar. É o nosso atual nó ético, um problema global onde os padrões de sustentabilidade, do consumo consciente avançam vagarosamente.
A indústria fast fashion é baseada na intensa terceirização da cadeia produtiva, que diz respeito às baixas condições de trabalho com que são fabricados alguns produtos da moda. Há ainda o agravante de manter fornecedores com trabalho escravo e infantil.
João Braga professor da Faculdade Santa Marcelina (faculdade de moda de São Paulo) afirma: “o consumo continuará, mas com uma conscientização cada vez maior de que não há necessidade de comprar de maneira descontrolada. A moda acompanha o espírito de uma época e tem o poder de persuasão para também realizar mudanças.”
Au revoir!
[…] poluentes e derruba 150 milhões de árvores por ano. Produzindo resíduos e contaminando o solo, o fast fashion (já citado aqui,por ser mais fácil, mais rápido e mais barato, com maneiras antiquadas de […]