Glauber Lauria

O Amor em contágio alastra-se

O Amor, crônico, corônico, esgarça-se

O Amor, em meio a morte

O Amor, em dança de morte

O Amor e o medo de morrer dançando

Um vírus que dança

Uma dança que mata

A rua deserta

E o flerte de todas as horas vagas

O Amor, em resistência à morte

O Amor, em invisível toque

Toque de Amor e morte

Lançar-se ao espaço como quem doa coragem

Abrir a casa e gritar a rua: Amor vem dançar com a morte!

Largos espaços circulam, desertos espaços lançam-se

E o Amor, em silêncio, cavalga longas ruas praias

O Amor, esse menino cego, procura alguém em quem assestar suas setas

Outros vírus ainda nos atravessam

Outros vírus ainda nos aguardam

Outros vírus ainda nos restam

Amor, esse antigo vírus

Ainda é o rito

Que nos resta

 

Glauber Lauria é poeta e publica regularmente aqui no Cidadão Cultura.Nascido em 
1982, publicou de forma independente o livro Jardim das Rosas em Caos, 
já participou de três antologias em diferentes estados brasileiros 
e possui poemas publicados nos seguintes periódicos Sina, Acre, Fagulha, 
Grifo, Expresso Araguaia e A Semana.

 

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