Por Carole B.*
Calada Como a concha
Sobre a mesa
Do trabalho,
Não atendo
Se me tocas
Nas ausências.
Planejo,
Friamente,
O grande incêndio,
O desjejum.
Aperto,
Entre os dedos,
Nossa dízima,
Teus botões.
Um arsenal De olhos discretos
Me atravessa
Pelas ruas.
A mulher
Espera o filho
Como a água
A ebulição.
O amor Move meninas
Como as asas
O navio.
A cada dia,
Outro domingo.
Um deserto
De pessoas
Sob a lua
Matinal.
Usufruo,
Como esteta,
A companhia
Do teu não.
Meu casaco
Brim carmim
No granito
De uma praça
Enquanto choro
E um velho passa
Conformado
No final.
Perdi
O teu silêncio,
Mas aguento –
Dez pras nove;
Corte surdo.
Estridente
Filamento.
Dentro
Chove.
O coração
De uma Poeta
É beira,
Nunca meio;
Bola de papel
Dourada,
Livro antigo
Sem esteio
Uma bússola
Que ancora
No passeio
O sangue doce,
O mapa aberto
Que exilou-se
Uma hélice
De estrelas,
Barra de sabão
Azul.
Se me mostro agora
Oculta,
Entre direções
Sem Sul,
À revelia
De quem volta
E esbarra
Nas esperas,
É que me exultar
Não pude.
Sigo fraca, mas serena,
Estampada no que escondo
Com o ar de quem aguarda,
Paciente,
A inquietude.
Trilhado por carole bê
Carol é sempre muito intensa!!!! Cala fundo, ler suas poesias….amo!
Adorei sua poesia. Cala fundo em minha alma…continue escrevendo.
Q coisa mar linda