Muta de mutante muta de Mutarelli, mais um artista pobre filho da puta que precisa se transmutar para sobreviver.
Lourenço Lorenzo Gael são nomes da moda. Falamos de nomes que predominam em determinadas épocas.
Influência do cinema? Da música? Da moda? Do modus mutantis.
Sei lá, tudo muda tudo (trans)muta. Numa entrevista você vai desnovelando assuntos como o rio do romance que segue incorporando novas águas diferentes águas para desaguar.
Numa entrevista você destrança e descobre a primeira ponta e aí o fluxo abre o novelo até esvaziar. Como se abre um novelo? Ao final do novelo resta o vazio.
Desnovelar para novelar, criar novelas ou pequenos romances que hoje em dia tudo urge tudo surge flash cinematográfico.
Entre tantas falas a gente vai descobrindo o autor, o cara que bebe e fuma por que gosta de beber e fumar e o resto é anti propaganda a reação às propagações ou às propagandas, por exemplo: parar de fumar gera uma reação: Vou fumar até morrer! Ele fala.
Poético romântico coisa de gente que experimenta o gosto ávido de viver viver como se quer e gosta, pagar ou não o pato é questão de sorte e um certo (des)controle sobre a dosagem, cada um sabe a dose que aguenta.
Assim vamos surfando entre uma p-alavra e outra e gerando um papo aflitivo que descamba para o susto: como assim? Lourenço Mutarelli o cara em questão não vive do que escreve de sua arte de seus traços de sua competência e sorte de publicar a hora que bem entender? Não, vivo das oficinas, o que ganho com cada livro vendido não paga dois meses de minha vida por ano.
Aí falamos de Marcelino e Jorge, Freire e Ialanji, as intimidades dos que se parecem na escala dos grandes caras autores, o resto é marginalidade literária.
E o cara Lourenço se espanta de não entender por que chegou até ali nas imediações do temp(l)o. Tudo do seu próprio jeito sem concessões. Na minha criação ninguém mete a mão. Faço do meu jeito. Não gosto de didatismos não gosto de regras. Quanto mais velho fico mais punk e gosto disso.
Em uma entrevista os arranjos da memória reinventam a trajetória. Cacos cascos ascos e Dicke vem à minha mente e isso não mente, falo de Guilherme, o gigante mato-grossense. Os marginais, os outsiders, os escritores, bicho sem lugar, bicho sem receber bem pelo que faz, por isso talvez os encontros se dão nas paralelas.
Numa entre-vista a gente nunca sabe qual a próxima curva. Endireito, esquerdizo, anarquizo, mudo de jeito e Muta tá lá. Mutarelli, entre um gole de uísque e outro, traçamos percursos nunca dantes viajados, des(d)enhamos juntos uma breve história. Cinema fanzine literatura cinema de novo
ator escritor dramaturgo,
esqueci de comentar sobre Mário o Bortolotto lá de Sampa. Italian day!
Em uma entrevista vamos tecendo fios de pequenos flashes de nossas vidas e a gente vai se identificando com tudo aquilo. Sinto-me camaleônico ao extremo. Canibalesco.
HQ de primeira nos anos 80, Animal, Mutarelli publicou no encarte-zine MAU, feio sujo e malvado. Agora tá tudo muito careta!
O cheiro do ralo. Emblemático. Nada esquemático. A atração pelo esgoto pelo chulé pelos cheiros que sua alma exala, acho que é o corpo. Bate os pés e nada, nada para não morrer. A torre profunda dos afogados. Sem lanterna na mão, sem bússola, sem garrafa para a última mensagem. O poeta transpõe trans muta transmutarelli. E ponto.
Em breve, você poderá ver aqui, na TV de Quinta(L).
*não poderia deixar de falar no por de sol cuiabano que deixou Mutarelli em êxtase e ao mesmo tempo frustrado pela falta de alcance da câmera de seu celular e concluímos que era impossível capturar a magia da beleza daquele instante e falar também da lendária cabeça de pacú, diferente da cabeça de bacalhau que ninguém vê, a cabeça de pacú trás o mistério que reza na lenda: quem um dia comer uma cabeça de pacú não sai mais de Cuiabá. Pode ser que vá, mas volta.
Os alunos da oficina no Sesc Arsenal querem que ele volte. Acho que a cabeça de pacú vai fazer efeito e confirmar a lenda.
bichosdoidos <3
Bichos na solidão da selva dura como concreto
[…] Não é demais lembrar que, em 20 de março de 2017, Eduardo Ferreira publica neste mesmo site um artigo sobre a escrita de Mutarelli, também entrevistado por ele e, ao final, Ferreira afirma que os […]