A militância vanguardista de Vivienne Westwood (tem falado da importância da produção sustentável há anos) reflete-se no estilo anárquico punk de suas roupas. A principal designer/ativista britânica ficou conhecida nos anos 70 como a estilista punk que criava roupas para as pessoas marginalizadas da periferia de Londres e também para a boutique SEX que ficava na King’s Road onde moldou a cena britânica punk. Junto com seu marido, na época, Malcom McLaren, produtor da banda Sex Pistols, fizeram história.
Hoje, aos 79 anos, diz: “parte da minha filosofia é, se tivéssemos cultura em vez de consumo não estaríamos nessa confusão ambiental porque teríamos um ethos diferente.”
“O consumo é o inimigo da cultura”, sempre comprometida com a ecologia, a fabricação responsável, sua luta é para salvar o planeta e a nós mesmos.
Através da mensagem “buy less, dress up”(compre menos, monte-se/fantasie-se), Vivienne Westwood apresentou sua coleção Verão/2019, com o jogo de proporções que é próprio de suas coleções ela evoca o “do it yourself”(faça você mesmo) com frases de referências ativistas nas camisetas, tipo “revolução climática”, “eu combati a lei” e sobre usar o mínimo de tecido possível. Homenageia também a arte chinesa, da qual é grande fã, e o taoismo por ser taoista (com símbolos de dragões e peônias que representam a força vital do cosmos). E que essa coleção, talvez uma forma de oração, “é uma estratégia para salvar o mundo, e os punks amam uma luta.”
Em 2018 o documentário de Lorna Tucker estreou no festival de Sundance com o título: Westwood – Punk.Icon.Activist, para quem é fã (como eu) vale assistir.
Outro desfile que vale a pena assistir na íntegra é o da sua coleção Spring/Summer 2018. Nessa coleção ela destaca seu ativismo contínuo e condena a mudança climática com roupas estampadas/ilustradas por ela mesma. A meia arrastão usada por homens e mulheres foram “bordadas” com lixo (latas, garrafas de plástico), algumas sandálias foram feitas também de garrafas plásticas, e havia referências às pinturas de Pieter Bruegel (o mais importante pintor renascentista holandês do século XVI),conhecido também como “o camponês” porque assim se vestia e se misturava com o povo para se inspirar e pintar. Foi por utilizar sátira e força (abundantes em sua obra) que se tornou o autor das primeiras imagens de protesto social na história da arte.
Um espetáculo circense muito divertido e inspirador! Confesso que ao final do desfile quando a Dama Westwood aparece para agradecer (o que é de praxe) fiquei com medo dela cair, hahah… Mas deu tudo certo.
Precisamos entender a sustentabilidade para que a indústria da moda possa sobreviver e florescer. Moda sustentável é a roupa que não agride o meio ambiente e é feita de materiais verdes. Nós consumidores somos a força que pode influenciar essa mudança através do extermínio de comportamentos ruins e antigos. Certamente essa é a mudança mais significativa em valores que atingirá a moda! E aí, vamos fazer parte dessa revolution?