*Por Claudio de Oliveira
Quando convidado a escrever sobre o Festival das Flores que chega em sua 13º edição pensei o que eu poderia acrescentar? Já escrevi sobre o Festival algumas vezes. Participei de todos como voluntário e admiro o trabalho da Casa da União Santa Luzia que recebe os recursos que a alimentam e também seus beneficiários durante todo o ano. Trata-se de um festival beneficente que movimenta centenas de voluntários que recebem os cidadãos com sorrisos nos rostos.
Pensei na história das flores. São momentos incríveis. A bolha das tulipas na Holanda, por exemplo, quando as pessoas chegavam a hipotecar as suas casas para ter ações que representavam as tulipas em floração levou muitos, ao estourar da bolha, ao suicídio. “What’s in a name?” a frase de Shakespeare que ecoa eternamente em Romeu e Julieta carrega a rosa além dos jardins. A rosa, aliás, tem uma história sui generis. Antes tida como um símbolo dos excessos romanos, um símbolo pagão, foi alçada ao sagrado e associada à Nossa Senhora Mãe de Deus.
As flores usam o perfume para atrair os polinizadores e garantir sua reprodução. A realidade feita de meras coincidências. A flor é a planta nua. A partir dela, reconhecemos com certeza de que espécie se trata. Conforme um texto publicado na Superinteressante sobre as flores ao longo da história da humanidade um obscuro filósofo do início do século 20, um nobre inglês esquisitão chamado lorde Northbourne, num livrinho chamado O Simbolismo das Flores, observou que a flor atrai a psique humana pela sua própria natureza: ela é um órgão sexual, que, depois de polinizado, se transforma em fruto. “Todo o conjunto da flor é exibido e ostentado com gozosa despreocupação. A flor exemplifica mais do que qualquer outro organismo a inocência, beleza e naturalidade da função sexual”, afirmou o barão filósofo.
O Festival encanta o público porque as flores são lindas, exalam seu perfume e dizem tudo. Livros e mais livros foram escritos sobre a linguagem das flores e naquele mesmo texto supracitado podemos ler como as flores auxiliaram as pessoas a vencerem a Era Vitoriana na Inglaterra onde a manifestação de carinho foi duramente reprimida. E ainda muitas curiosidades sobre a relação da humanidade e as flores.
O Festival
Com mais de duzentas espécies, a praça Alencastro, localizada no Centro de Cuiabá, recebe esse colorido especial até o dia 12 junho. Você pode visitar gratuitamente o festival das 9h às 21h. Entre as espécies de plantas, você encontrará roseiras, palmeiras, cactos, orquídeas, bonsais, rosas do deserto, pimenteiras e muito mais.
Para acompanhar as novidades e obter mais informações a respeito do evento, basta acessar a página do Festival no Facebook.
Eu já ia me esquecendo de um detalhe que faz o Festival um sucesso total: o preço! As plantas vêm diretamente da cidade de Holambra, em São Paulo, e podem ser adquiridas por valores até 70% menores em comparação com o comércio local.
Casa da União
A Casa da União Santa Luzia é uma instituição beneficente criada em 25 de julho de 1993. Localizada no bairro Parque Geórgia, em Cuiabá, a instituição recebeu o título de utilidade pública estadual em 2002, por meio da lei nº 7.628, e está registrada no Conselho Municipal de Assistência Social.
Desde que foi criada, a Casa da União tem beneficiado moradores de diversos bairros de Cuiabá, Várzea Grande e também de cidades do interior de Mato Grosso, como Barra do Garças, Alta Floresta e Rondonópolis.
Entre as atividades desenvolvidas pela Casa da União Santa Luzia estão cursos para inclusão digital, capacitação profissional, aulas de reforço para crianças e jovens e a realização de eventos beneficentes com atendimento médico, orientação nutricional, atividades de lazer e cultura, doação de brinquedos e cestas básicas, etc.
Serviço:
O que: 13º Festival das Flores de Cuiabá.
Quando: 02 a 12 de junho de 2016
Horário de funcionamento: 9h às 21h.
Onde: Praça Alencastro, no Centro de Cuiabá (em frente à Prefeitura)
*Claudio de Oliveira é jornalista
