Não vou cansar nunca de bater na tecla, repare que não é a mesma tecla, a música de Mato Grosso é um piano inteiro se for usar uma imagem para significar essa tendência múltipla da produção musical no estado.
Faço um programa na rádio Assembleia 89,5 fm, o Sons de Mato Grosso, que vem desenhando um mapa sonoro do estado. Você pode conferir aqui o acervo que estamos constituindo contando a história de nossa música através dos próprios músicos e autores. Fato é que esse recorte já trouxe Jacildo e seus Rapazes, Roberto Victório, Zeca Lacerda, Strauss, Caio Mattoso, Guapo, Roberto Lucialdo, Conduta do Gueto, Pacha Anna, O Mormaço Severino, Fabrício Carvalho, & muitos outros entre tantos gêneros e estilos musicais. Já passam de 100 entrevistas.
Quase sempre aproveito dessas experiências, da gravação para rádio, e sigo o impulso que leva a transportar para o texto algumas impressões que me provocaram alguns artistas. No momento sou vítima da sedução de Karola Nunes, jovem compositora e cantora de Rondonópolis, radicada em Cuiabá.
Karola nasceu em Rondonópolis e de dentro de casa descobriu a música como modo de vida. Quero isso! Quero ser isso! E desde bem pequena já ficava assombrada com a irmã e seu violão, o pai, paraibano, repentista, direto das terras do forró, do nordeste brasileiro essa região exportadora de ritmos e festas e de uma alegria intensa com a gozação na ponta da língua. Pura brasilidade, o poder da síntese na ponta do humor. Um privilégio crescer em um ambiente propiciatório, ouvindo Luiz Gonzaga, acompanhando a irmã Kalinka que aos doze começava ao violão, e Karola, apelidada de papagaio de pirata, não saía de perto da irmã. Karola, já aos 6 anos, gostava de acompanhar Kalinka cantando e “seguindo a canção…”
Isto de ser estimulado em casa faz as coisas brotarem de dentro, da alminha que certamente ficava a vagar pelo reino da música. Seguiu junto com a irmã, tocaram juntas por cinco anos no grupo Bione onde Kalinka era percussionista. Mas o caminho de Karola tomou jeito próprio e sua vontade fez trilhar rumos que a trouxe até este momento da carreira, que ela considera como o melhor até agora. Ela não para de se reinventar. São vários projetos musicais, como o Fuá, Negramina e inúmeras trocas com parceiros de música, que são muitos.
[…] faz arte no Brasil nunca faz só. E Karola Nunes sabe disso. O movimento que se formou para trazer ao mundo o videoclipe da música “Tá vendo […]