O interior de Mato Grosso, em cidades como Cáceres, Mirassol D’Oeste, Tangará da Serra, Lucas do Rio Verde e Rondonópolis, por exemplo, vem dando o tom musical quando se fala em festivais de rock. Após um longo período produzindo festivais, a capital mato-grossense, hoje, está restrita ao Festival Dia Mundial do Rock que tem uma pegada muito recortada num certo segmento roqueiro e peca, a meu ver, pela falta de abrangência do próprio universo musical roquenrrol.
Explico, há muito o rock deixou de ser aquela coisa underground restrita a umas poucas vítimas do estereótipo, dos autênticos posers, para abranger figuras outsiders de tudo que é tipo, que vai do glam ao metaleiro, passando pelo pop, gótico, eletrônico, experimental, visceral ou não, mas também na sua capacidade fusion, de se misturar a outros ritmos e gêneros, como o samba, o rap, e outras vertentes do comportamento, da cultura e da música.
Mas, como deve ser um festival de rock? Há que se repensar, fórmulas velhas e desgastadas muitas vezes não levam a lugar nenhum. Qual é a de um festival de rock? Ganhar grana, ganhar visibilidade, formação cultural, entretenimento? São questões que se acumulam ao longo dos anos, aliás, das décadas. Há muito tempo no Brasil grupos econômicos (midiáticos)e coletivos vem produzindo festivais de música, mas com qual propósito? As grandes grifes como Rock’n Rio, Lolapalooza e outros mais são comerciais demais.
A organização e a produção ficam por conta de Jean Cristian, que mora em Cuiabá, é professor de História , vocalista na Banda Hell Rock City e proprietário da Empresa DarkSide Store. Ele conta como começou: “O primeiro Cáceres Rock Fest aconteceu em 2008, através de iniciativa própria. Foi realizado com intuito apenas de divulgar as bandas da região. Acredito que com esses eventos independentes, não só com o Cáceres Rock Fest, mas também com o Bugrestock, e o Roça ‘n’ Roll (Mirassol D’Oeste), o rock no interior ganha cada vez mais força.”
Um dos problemas crônicos é a forma de financiamento desses eventos alternativos. É duríssima a tarefa de encontrar parceiros que acreditem no potencial dos eventos, apesar de me parecer evidente como isso impacta de forma bem bacana nas cidades. Impulsiona a formação de plateia, movimenta a cultura local, atrai visitantes para o lugar numa perspectiva do turismo cultural, movimenta a economia criativa que é um dos segmentos que mais crescem no bolo da produção econômica mundial (7% do PIB mundial). São muitas as possibilidades e benefícios que precisam ser levados em conta. No Brasil o PIB do setor cresceu cerca de 70% em 10 anos. È muita coisa. De acordo com a Unctad (órgão da ONU), estes são os setores que hoje em dia mais crescem e geram emprego no mundo.
Jacaré, da banda Sr.Infame (Cuiabá), ressalta que a galera do interior de Mato Grosso tem feito a diferença na cena rock e está animado com a perspectiva de tocar em Cáceres: “Cara, acho muito bom, Rondonópolis tem uma cena rock bem legal. Lucas também tem. Cáceres já vai para o terceiro festival e isso é muito bom! A expectativa de público tá sendo boa. Acredito que será bem legal tocar lá.”
Parabéns nobre Jean, parabens pelo texto, parabens por ser o guerreiro que é, você sabe disso, você sabe q você está escrevendo a história do rock aqui no Mato Grosso junto com todos que vem produzindo música e mostrando o seu trabalho.
É uma pena meu trabalho ainda não está formatado para participar.
Mas vamos em frente…
Viva o Rock!!!