Hoje eu não quis o mesmo barulho de sempre na mente. Eu vim aqui, sentei no quintal. Noite chuvosa. Os pensamentos vão a mil. Não aguentei, levantei do sofá e vim pra cá. Acendi um cigarro. Primeira tragada, pega o celular da mesa e esquece do mundo. Play no vídeo.

Porra, caralho que vídeo bom. Deixa um comentário com algum emoji e “do caralho!!!”. Dá uma rolada no dedo, puf. Chegou onde já tinha lido. Fecha o app. Bloqueia o celular, bota na mesa. O cigarro ta ali queimando no cinzeiro. Eu nem falei q tava no cinzeiro, né? Pega o cigarro, uma tragada. Olha pra frente e vê a chuva caindo. Tudo tão monótono, a não ser as vozes que vem lá de dentro. Na cabeça as outras vozes.

Aparece uma pessoa, “eii, já vou indo”. Senta na cadeira e começa a conversar. Fecha o bloco de notas e bloqueia o celular. Blá blá blá. A mesma falácia de sempre. Chega outra pessoa, “eii, já vou indo”. A primeira fala “vou pegar uma carona com você”. Beijo beijo, tchau. “Amanhã vamos tomar uma né, claro, beijo tchau”.

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Economista, realizadora audiovisual, produtora e ativista cultural. A arte é intrínseca aos seus múltiplos olhares.

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