Por Paulo de Tarso*
La Coupole, nasceu em 1927 a partir da vontade de duas figuras, Ernest Fraux e René Lafon. Dizem que na noite de inauguração, todas as artes, letras, músicas foram homenageadas. Uma forte fragrância de talento desde então por lá permaneceu.
A casa de arte, também conhecida como restaurante por seus clientes (artistas), como dizem os frequentadores, aqui se encontram cotovelos com cotovelos, por exemplo: Derain, Léger, Josephine Baker, Breton, Dalí, Picasso, e tantos outros que fizeram deste templo gastronômico seu habitat de encontro e comunhão de momentos dedicados às mais destacadas conclusões de que o mundo realmente estava e estará sempre em evolução.
Em 68, o mundo fremia e novos mosqueteiros com espadas afiadas defendiam: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade“ nesta taberna moderna de nome “La Coupole.”
É aqui neste cabaré travestido de restaurante que Yves Klein pensa em pintar seu obelisco. Picasso embalado em canto de Josephine Baker teve áspera discussão com Salvador Dalí onde o mote de acalorada controvérsia versava sobre a Sagrada Família, obra inusitada do famoso arquiteto catalão, Antoni Gaudí.
Aqui o tempo não parou para receber, nada mais nada menos que, Edith Piaf, que aos trancos e barrancos, empurrada pelo seu combustível preferido, o absinto, começava a imortalizar “La vien rose“.
Aqui também se ouviu a voz cavernosa de Hemingway mostrando a alguns estudantes rascunhos de sua obra “Por quem os sinos dobram“. Tudo isso e muito mais aconteceu neste santuário da gastronomia e da cultura. Afinal, o La Coupole está até hoje como testemunha do tempo que cisma de ter tempo para nos relembrar seus melhores momentos.
La Coupole, onde a noite abraça a arte e seus realizadores. É para lá que vamos, pois não existe nada melhor que andar por Paris, e quando chegarmos em Montparnasse, uma linda torre vai dominar a paisagem, mas, a parte divertida são luzes e cores, cinemas lotados brasseries e restaurantes, encontrando-se ao lado de museus escondidos e parques para divertir a tudo e a todos. Lugares surpreendentes, monumentos históricos. No meio do caminho, lindas casas cobertas com arbustos, vigas e pequenos jardins. Sim, é aí que fica nosso santuário artístico/gastronômico. Estamos chegando a um lugar onde a história se curva às verdadeiras estrelas da arte, da literatura, da vida noturna, artistas e seus modelos, socialites, grandes gastadores, mulheres fáceis e não-mulheres, gêneros distintos.
O La Coupole é um dos mais conhecidos restaurantes de Paris, inaugurado com grande pompa em 1927 com mosaicos de inspiração cubistas, madeiras nobres, pinturas decorativas nas paredes e colunas. Durante anos o restaurante foi o centro da vida artística e intelectual desta cidade.
Quando entrarem neste templo pensem em Picasso, Dalí, Bresson, Buñuel, Henry Miller, Anais Nin, Giacometti, Sartre, Ravel e tantos outros.
Agora, acreditem, é nesse ambiente de pura magia que vou me encontrar com amigos músicos e conhecidos que há tempos não vejo. Estou indo para lá e sei que em breve vou estar com o que há de mais nobre em termos de história, arte e gastronomia.
Ah! Sem esquecer que tenho encontro marcado com o grande escritor Mario Vargas Llosa para uma entrevista entre goles de cafés e dos melhores vinhos que só a França tem. Você poderá conferir aqui em breve! Au revoir!
*Paulo de Tarso é pesquisador e produtor musical. jornalista, radialista e palmeirense dos mais verdes.
é um deleite ler suas matérias/cronicas Paulo, se não me engano é nesse restaurante que o persona principal do filme do Woody Allen, “meia noite em Paris”, encontra diversas personas da area…