Por Anna Marimon*

Sobre Márcio, o Aurélio. (Aurélio vem de aura, o que significa luz)

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Foto: Carol Marimon

UFMT, Museu de Arte e Cultura Popular (MACP).

Quando me deparei com aquelas paisagens pensei, nossa! Preciso me sentar e apreciar com calma. Ao olhar para o lado percebi um banco, providencialmente colocado naquele ponto. O banco por sua vez era também uma obra de arte. Estou diante do cerrado luminoso de Márcio Aurélio. Sinto o cheiro das cores e o respirar das árvores, dramaticamente retorcidas e matizadas de azul profundo, como os horizontes que se abrem em cada tela. Passeio entre nuvens coloridas em amarelos róseos, sutil cortina de névoa no imaginário do artista.

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Foto: Carol Marimon

Depois vejo os amigos, perfilados na parede, em forma de camafeus retratados… detenho-me diante das pedras bichos, quanta beleza lúdica!

Foto: Carol Marimon
Foto: Carol Marimon

E o que dizer dos pássaros, coloridos esvoaçantes fixados nas latas, agora objetos de arte. Que gentil poeta se mostra assim, despretensioso, com tamanha verdade. De repente a surpresa: “O que vejo eu ai?” pergunto-me, intrigada. É o lado soturno do artista, o seu drama interior recortado e colado, num efeito dimensional, revelando um mundo caótico e desconstruído.

Foto: Carol Marimon
Foto: Carol Marimon

Meu olhar se desvia para outro ponto, estou diante de nichos singelos, onde as santas repousam placidamente belas. Suporte de lata que vale ouro e prata.

Foto: Carol Marimon
Foto: Carol Marimon

São Jorge parece saltar do interior da tela, defendendo a santa ao lado. Santo guerreiro como Aurélio, o Márcio.

Foto: Carol Marimon
Foto: Carol Marimon

Márcio vem de marte, o planeta guerreiro. Concordando comigo, a grande coruja calada na porta de entrada, fixa seu olhar sobre mim, e me dá a resposta sem emitir nem um pio: “É um dos melhores, sem dúvida”. Saio de lá sem querer sair, mas voltarei, com certeza uma vez mais, levando alguém que como eu aprecia o fantástico universo da arte.

Foto: Carol Marimon
Foto: Carol Marimon

A exposição de Márcio Aurélio, “Reflexões Telúricas”, traz a curadoria de Aline Figueiredo, e estará aberta ao público até 17 de junho de 2016, no MACP da UFMT.

*Anna Marimon é artista de múltiplos talentos que caminha por todas as expressões artísticas em busca da liberdade

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