Hora: doze e cinquenta e três de uma tarde quente abrasadora do início de dezembro de 2020.
Zapeio no celular.
Estou trancada no quarto com o ar ligado no último, as janelas cerradas, um mau-humor terrível e uma absoluta preguiça de olhar o dia lá fora.
Entre as postagens de um grupo do Facebook chamado “viver a Custo zero” no qual as pessoas compartilham ideias de como viver com o mínimo, reaproveitar, reciclar e outras mágicas mais de sobrevivência alternativa, deparo- me subitamente com uma jóia literária.
Nunca imaginava encontrar literatura ali, num ambiente prático utilitário.
“Olha o lixo!”.
Era o título de uma crônica incrivelmente poética e auto biográfica. Ao terminar a leitura tive a certeza de estar diante de um grande talento. (Devo mesmo confessar que não gosto de quase nada.)
Ela, Ivy Menon, trazia o verbo sensível de uma narrativa única, encantadora, que me despertou um sentimento muito próximo, a memória afetiva de um tempo distante, marcado pela vivência da infância num Brasil profundo, com seus contrastes dramáticos nos idos da década de sessenta.
Descobri então que Ivy desenvolvia uma intensa produção literária, e sua linguagem traduzia a realidade de toda uma vida, pela descrição dos fatos num fluxo autobiográfico.
Me encantou.
Encanta a todos que a leem.
Passamos a publicar suas crônicas, gentilmente cedidas.
Seu livro de poemas “Matemática das algemas” editado pela Camino editorial está pronto e disponível no formato e-book para que possamos viajar em sua surpreendente poética feminina.
Livro digital/e-book de autoria de Ivy Menon.
Matemática das algemas
Ana Cecília Romeu dá o tom do livro em pineladas certeiras em apresentação na sinopse da Camino Editorial: É um livro de poemas escrito por Ivy Menon. A autora expõe uma poesia franca, forjada a ferro forte, realista, com versos resultantes da equação das “suas muitas mulheres” que compõem a multiplicidade de vozes sob um olhar primeiro: “em mim todas as mulheres são meninas”. Poemas ricos em símbolos, mas avessos ao simulacro. Neles propõe novo código que finca e se estabelece ao transitar entre questões existenciais e sociais. Poesia sensorial fruto da percepção de vários aspectos, que combinados, movimentam-se, locomovem-se. Essência do tempo presente, transcende ao flutuar pelas “horas mortas”, quando “os sonhos estão estampados”, e aconchega-se na atemporalidade. Uma obra que mistura-se à métrica para alcançar o que medida alguma consegue: a transcendência.
Sobre a autora
Ivy Menon (Ivanilda Maria Menon), 62 anos, natural de Cornélio Procópio-PR, escreve poesia, crônicas e contos, os quais publica nas redes sociais e revistas eletrônicas. É bacharel em Direito, com pós em Filosofia, além de jornalista e teóloga. Em 2006, venceu o I Concurso Carioca de poesia promovido pela Associação Brasileira Cultural de Apoio à Cidadania (Abraci), que contou com as parcerias da Academia Brasileira de Letras (ABL) e da Oficina de Poesia Cairo Trindade. Como prêmio, teve publicado seu único livro de poesias, “Flores Amarelas”. Ocupou a Cadeira nr. 31, da Academia de Letras de Maringá. Uma das finalistas do Prêmio Off Flip 2018, 2019 e 2021.
▶ Serviço:
PRÉ-LANÇAMENTO – 22 de abril, quinta-feira
No site da Camino Editorial, nesta página:
https://camino-editorial.blogspot.com/p/lancamento.html
Eu gosto demais das crônicas da Ivy Menon. Ela leva a viajar em suas palavras.