Por Gilda Balbino*
Com o surgimento da sociedade moderna, a felicidade adquiriu status de direito, tornando-se obrigatória nas declarações de liberdade, igualdade e fraternidade. Passa a ser o fundamento essencial para a formação dessa nova sociedade.
A acumulação, a polarização e o confronto dos opostos nos permite constatar que se faz necessário construir um novo dinamismo, superando todas as polarizações. É evidente que esse novo dinamismo já pode ser verificado nos movimentos ecológicos e de oposição à globalização, contudo, sendo melhor promovido pelo movimento das mulheres.
O protagonismo das mulheres na passagem de uma cultura voltada toda para o exterior, para uma outra voltada para o interior e para a consciência de si, é muito intensa.
Na chamada “Revolução Sexual” entre as décadas 50 e 70, houve uma recusa da velha ordem, buscando-se uma reorganização cultural, com os corpos reivindicando direitos e modos livres e autônomos de amar, independentes das funções de reprodução e de maternidade, se constituindo desde então, em verdadeiro movimento social.
Com o advento da “Lei Maria da Penha” que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, se abre novos espaços no ordenamento jurídico, redimensionando o corpo humano em uma ordem cultural distinta do patriarcado que ainda hoje persiste na sociedade.
As mulheres desenvolvem, além da sua própria libertação, a recomposição de todas as experiências individuais e coletivas, sustentando as transformações culturais atuais. E isso implica em novos embates para novas conquistas da sociedade.
*Gilda Balbino é assessora parlamentar, especialista em gerência de cidades pela FAAP.