Se pisar na terra dos seus ídolos já deve ser uma sensação indescritível, imagine para cantar suas canções, em um festival inteiramente dedicado a banda mais famosa que Jesus Cristo? David Dafré experimenta essa sensação no “International Beatleweek” em Liverpool, Londres, onde se apresenta de 25 a 30 de agosto, em nove shows.

Foi em um show com o Vanguart em Fátima que o amigo Gui Lopes contou a história de ter sido convidado para tocar em Liverpool no Beatleweek pelo dono do Cavern Pub e convidou David para ir também. Decidiu então estender a viagem de Atlanta (onde produziu e tocou as composições do amigo Gustavo Santana – cresceram juntos em Cuiabá) até Londres.

14123458_10154430447282930_321348298_oA viagem de David começa com a sua própria música. Guitarrista do Vanguart, começou a trilhar o caminho autoral, suas composições, arranjos, letras. Compôs as músicas em 2015

“Tem um trabalho que gravei em São Paulo e estou mostrando, ou mando fazer independente, mandar logo para a fábrica. Vou tocar o barco, tenho sete músicas e estou soltando uma por semana. Tem algumas músicas que são letras do meu pai que eu encontrei depois de 20 anos, e ele sempre me incentivou, e as letras falam bastante de Montreal”.

Gravou cinco músicas do Gustavo que é produtor em Atlanta e co-escreveu uma das composições do amigo. A previsão é de que o EP fique pronto em setembro. Juntos, viveram uma espécie de retiro, revivendo memórias e falando sobre a cidade que deixaram – Cuiabá.

“Saudade da cidade verde. São Paulo é cinza. Mas estou mais próximo das pessoas daí, que estão me apoiando, é bacana contar com os amigos. Estou dizendo que não fui fazer gravação nos EUA e sim um retiro espiritual, foi bom falar sobre as coisas, com o Gustavo que cresceu junto com a gente”.

Foto: Breno Galtier
Foto: Breno Galtier

E com suas músicas pode trazer outras experiências para seus projetos musicais, inclusive o Vanguart, cuja decisão de ficar na banda é para vida toda. “É muito mais livre, é despreocupada, ali posso cometer meus erros”, compara.

“O Raphael Ota de Maringá foi para São Paulo recentemente e ele produz muito, e temos músicas já que fizemos. Agora vou tentar em português, é muito importante produzir mais música em português”.

Andando, viajando, o canadense David Dafré vai construindo suas relações com encontros musicais e experimenta, revive suas memórias misturadas com as letras de seu pai para criar suas sonoridades. Cruza o mundo com a música mas muito do coração permanece no Centro Geodésico da América do Sul.

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Marianna Marimon, 30, escritora antes de ser jornalista, arrisco palavras, poemas, sentidos, busco histórias que não me pertencem para escrever aquilo que me toca, sem acreditar em deuses, persigo a utopia de amar acima de todas as dores. Formada em jornalismo (UFMT) e pós-graduação em Mídia, Informação e Cultura (USP).

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