*Por Paulo de Tarso

Ainda hoje, quase 50 anos depois da morte de Ian Fleming escritor inglês, vítima de ataque cardíaco no dia 12 de agosto de 1964, aos 56 anos, jornalistas e historiadores se perguntam: mas, afinal, onde termina Fleming? E onde começa Bond?

James Bond pode ser entendido como o alter ego ficcional de seu criador. “ele é tudo o que Ian Fleming gostaria de ter sido. Na hora de criar o personagem, Fleming emprestou a Bond o seu gosto pessoal em roupas, cigarros, carros, bebidas e mulheres”.

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Nos 50 anos da morte de Ian Fleming, vamos revelar quem era o homem por trás de James Bond, e por que o autor invejava o personagem que criou.

Em 1946, recém-desligado da marinha real britânica, Ian Fleming decidiu construir uma casa em Oracabessa, cidadezinha litorânea no norte da Jamaica. ex-comandante do serviço de inteligência, ele conheceu a ilha durante a Segunda Guerra, quando foi designado para espionar a suposta presença de submarinos alemães no mar do Caribe. Foi lá que Ian Lancaster Fleming escreveu os 14 livros, entre contos e romances, de James Bond, o mais famoso agente secreto da literatura universal.

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A caminhada cinematográfica do mais famoso ícone da espionagem começa no ano de 1962 com o filme “O satânico dr. No“ que teve a direção de Terence Young e marca definitivamente a entrada dos livros e obras de Ian Fleming no mundo do cinema.

Em 1965,  é lançado nos cinemas do mundo o filme que iria marcar o inicio das trilhas cantadas por grandes artistas, “Thunderball“ também dirigido por Guy Hamilton o filme consagrava o talento de Sean Connery como James Bond. Tanto nos filmes como nas trilhas sonoras Bond se tornava uma febre para os adeptos de ótimos filmes de espionagem.  Em Thunderball o destaque é para Tom Jones.

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Depois de grandes êxitos nos anos 60 com filmes que marcaram a caminhada do super espião, é na década de 70 que seu sucesso alcança patamares inacreditáveis em matéria de bilheterias e até em premiação nos principais festivais, exemplo disso é o filme “Com 007 viva e deixe morrer”, de 1973, com Roger Moore mostrando um Bond irreverente e já integrado à tecnologia, novamente com a direção de Guy Hamilton, e trilha feita nada mais nada menos do que Paul Mc Cartney acompanhado de sua banda Wings Live and let die“.

Ian Fleming, creator of James Bond. COPYRIGHT EXPRESS NEWSPAPERS (Express Newspapers via AP Images)
Ian Fleming, creator of James Bond.
COPYRIGHT EXPRESS NEWSPAPERS (Express Newspapers via AP Images)

Em 1977, novo sucesso de James Bond com o filme “O espião que me amava”  que tem a direção de Lewis Gilbert, e mostra o super vilão Stromberg, um ricaço que vive a bordo de um gigantesco submarino. O filme tem atuação de Roger Moore e sua trilha sonora é destaque com o tema “The  spy loved  me“ cantado por Carly Simon.

Terminando a década de 70, em 1979, chega aos cinemas a  nova aventura do super espião inglês “Moonraker“, James Bond luta contra outro milionário que ameaça a terra, pretende destruir a raça humana, fugir para o espaço e criar uma super raça. Neste filme, estrelado por Roger Moore, temos a direção de Lewis Gilbert que faria sua despedida da franquia. Em “Moonraker”  temos uma linda trilha cantada pela cantora inglesa Shirley Bassey

Os anos 80, marcam grandes momentos da franquia, e se sucedem filmes que se tornariam clássicos do super agente. Filmes como “007 somente para seus olhos“, “Octopussy“  e “Marcado para a morte“, colocam James Bond e suas aventuras no topo das bilheterias de todo o mundo. Mas em 1989, depois de sete vezes interpretando o agente, Roger Moore se despede, e em seu lugar estrelando “007 – Licença para matar“ décimo sexto filme da franquia, entra Timothy Dalton, nascido no País de Gales, o quarto James Bond da franquia. O filme rapidamente se torna sucesso e também consagra a sua trilha sonora cantada por Gladys Knight  “Licence to kill“.

Os anos 90 nos mostram mudanças bem radicais em todos os aspectos da conduta do espião de sua majestade. Com a entrada do ator irlandês Pierce Brosnan no décimo setimo filme “Goldeneye“ dirigido por Martin Campbell de 1995, o roteiro traz de volta a sofisticação e locações  deslumbrantes onde se desenrola as ações. O filme também teve em sua trilha sonora gravada por Tina Turner um de seus grandes momentos com a música tema de “Goldeneye“.

James Bond mais uma vez se transforma para receber os anos 2000. Com as mudanças ocorridas no mundo globalizado o agente secreto muda sua conduta neste vigésimo segundo filme e tem em seu novo ator o inglês Daniel Craig o mais aclamado James Bond  dos últimos tempos. O novo filme do agente tem na direção de Sam Mendes a medida certa da aventura, suspense e sofisticação desejada por Ian Fleming quando de sua criação.

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007 quantum of solace” dirigido por Marc Forster, que tem sua trilha cantada por Alicia Keys e Jack White com o tema  “Another way to die“ , inicia uma nova era do agente James Bond.

Com nova roupagem a série chega em 2012 ao seu vigésimo terceiro filme  e comemora também o maior sucesso de bilheteria. Além de marcar as comemorações dos 50 anos do lançamento de James Bond. Estamos falando de “Skyfall“, com atuação primorosa de Daniel Craig o consagrando de vez como Bond. Novamente brilhando a direção de Sam Mendes. Com trilha sonora cantada por Adele “Skyfall” é reconhecido como o melhor filme da série.

Em seu vigésimo quarto filme James Bond mais uma vez estrelado por Daniel Craig e novamente dirigido por Sam Mendes, mostra uma mensagem enigmática do passado de Bond e o envia a uma caçada para descobrir uma organização que luta para acabar com o serviço secreto, a poderosa Spectre. Sua trilha cantada por Sam Smith, “Writing on the wall” é consagrada e ganha o Oscar de melhor música no ano de 2015 – fechando até aqui claro, a saga do eterno Bond… James Bond !

*Paulo de Tarso é radialista, jornalista, produtor e pesquisador musical, fã de carteirinha de James Bond e do Palmeiras, é claro, ops, é verde!

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