Já faz um tempo queria escrever alguma coisa sobre Olivier Rousteing que em 2011 foi contratado como diretor criativo da grife de luxo francesa Balmain (fundada em 1945 por Pierre Balmain). Fiquei impressionada com sua força, talento, coragem e com sua luta pela diversidade e inclusão. Ser autêntico é o que te faz único e esse rapaz na época com apenas 24 anos (desde o argelino Yves Saint Laurent (1936-2008) contratado pela Christian Dior com apenas 21 anos) nunca alguém tão jovem tinha chegado ao topo de uma maison de luxo, transformando-a em grife desejo mundial. Renovou o estilo da marca, que na época só tinha uma loja em Paris (hoje tem mais de 35 pelo mundo) e fez seu faturamento passar de 24 para 150 milhões de euros ao ano.
“A moda precisa deixar de ser arcaica e racista. Eu não mostro apenas roupas, mas uma nova maneira de ver o mundo.”
Com uma visão contemporânea somada a referências vintages, suas roupas são sexys e arquitetônicas com toques futuristas e criadas para empoderar, dar confiança, força e liberdade.
Conquistou uma nova geração e clientes emblemáticas como Beyoncé, Rihanna, Anitta, Björk, a atriz Taís Araujo, as Kardashians, Cara Delavigne entre outras….Hoje o “mundo” ama a Balmain, justamente pela visão criativa e o estilo único, forte e confiante que Olivier Rousteing deu à marca e acredita “que o futuro da moda é a abertura para coisas que não são da moda e que através da moda podemos lutar contra o que não achamos justo.”
Esse foi um dos desfiles mais esperados/aguardados que aconteceu na Semana de Moda de Paris (SPF) dia 27/09/2019, com cores fortes, texturas com brilhos, geométrico, mood artesanal e um toque futurista (assistindo, me lembrei em algum momento de Paco Rabanne, de sua talentosa arquitetura para criar em diferentes materiais, volumes e espaços), surpreendendo a cada temporada, Olivier Rousteing imprime seu estilo ousado, forte e corajoso, ainda tão jovem (34 anos), com very very work vai escrevendo a sua fenomenal história.
“Costumo dizer que não sei de onde eu vim, mas sei para onde quero ir. Essa força que tenho vem do meu background e é ela que coloco no trabalho. É um sentimento de que não existe julgamento. A moda é tão focada em julgamento, regras do que você tem que ter, de quem você tem que ser. Meu passado traz a mensagem de que não há regras.” Neste ano terá sua vida contada em um documentário, “Wonder Boy”, dirigido por Anissa Bonnefont e trilha sonora de famosas canções pop francesas da década de 80. Questiona: “Eu pensei que tinha que enfrentar não apenas minhas próprias raízes, mas minha pergunta sobre porque minha mãe não me queria.”
Será também um documentário-catarse? Aguardo ansiosa por ser tão fã desse designer-fenômeno.