Fábio Pinheiro
metal espesso das retroescavadeiras alinhadas com luzes
que não piscam
porque o progresso é constante
quem vacila é morto & sepultado
sem direito a lápide
as arestas delineadas nos contornos mais amplos
omitidas nos dentes
papai noel sopra agente laranja de armas de plástico
isso é cuiabá sóbria
cuspindo grana aos borbotões
pelas quinas
me esqueço que no centro
se concentram esquinas
e nas esquinas
as pessoas de encontro
umas às outras
é preciso estar sempre alerta
afiar os teclados
atualizar as vacinas
de outro modo as chispas em coro
assediam meu magma
me fazem crer que viver é chacina
mas rimas pobres
& falta de estrelas postiças
não disfarçam a tua imensa
obviamente disfarçada
melancolia
Fabio Pinheiro é poeta, professor e cidadão do mundo, daqui até Hades