Por Paulo de Tarso*
Quem inventou o Heavy Metal? Se você falou, pensou, ou não sabia, vai aqui a resposta … Black Sabbath.
Formado em Birmingham, Inglaterra, em 1968, o quarteto conhecido como Black Sabbath foi um dos principais pioneiros deste som pesadíssimo do rock, formando o alicerce do que ficou mundialmente conhecido como heavy metal, uma revolução na música pop nos anos 70/80
Sempre criativo juntou em seu repertório a mescla de sexismo, misticismo e magia negra. O Black Sabbath foi cultivando um culto a sua música e principalmente aos milhares de fãs, também coube ao Sabbath influenciar um número incontável de outras bandas, desde seu aparecimento.
Seu álbum de estreia, de 1968, permanece como um dos momentos mais inovadores e influentes da história do rock. Formado por Ozzy Osbourne (vocais), Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria), o quarteto era em seu inicio conhecido pelo nome “Polka Tulk”, logo depois mudou seu nome para Earth, onde causou sensação no circuito de clubes e pubs de Birmingham, com seu som inovador e vigoroso que misturava blues e rock.
Uma das coisas que ajudou demais o Sabbath era que os quatro músicos da banda eram colegas de escola e vizinhos, isso ajudou a manter o grupo unido ante a dificuldades enfrentadas por toda banda que iniciava. A banda viu sua popularidade aumentar depois de trocar o nome para “Black Sabbath”. Novas ideias e com a cabeça em um novo som, o nome refletia sua vocação para a musica fúnebre, que tratava de temas sobrenaturais, e principalmente das coisas das trevas. O som da banda ficou mais pesado e com tudo o que a galera queria ouvir. Estava consagrado o chamado Heavy Metal.
Com o segundo álbum, Paranoid, editado meses mais tarde, o Sabbath redefinia seu som, carregado de riffs de guitarra de Tommy Iommi. Paranoid foi um marco pioneiro do Heavy Metal. Ozzy revelava-se um cantor original, com suas inflexões funéreas e guturais , combinadas com uma grande sessão rítmica. Paranoid chegou ao primeiro lugar na Inglaterra e atingiu o oitavo lugar nas paradas americanas. A permanência na lista americana durou por mais de um ano, dando ao grupo seu primeiro disco de platina.
Master of Reality, o terceiro álbum do Black Sabbath foi editado em agosto de 1971. Entre oito musicas do Lp estavam canções que se tornaram marcas registradas do grupo com “Children of the grave“ e “Sweet Leaf” – que se tornou grande sucesso nos USA. O Próximo álbum, vol 4, foi gravado em Los Angeles no Estúdio Record Plant. Além dos grandes sucessos como “Supernaut” e “Under the Sun”, o álbum revelava que a banda desenvolvia novas habilidades na composição, com músicas valorizadas por suas modernas linhas melódicas, exemplo disso são “Cornucopia” e “Laguna Sunrise “ instrumental que em seguida tornou-se marca registrada do Sabbath.
Sabbath Bloody Sabbath, seu quinto LP, escrito e produzido inteiramente pela banda, foi editado em 1973, trazia hits como “Killing Yourself” e “Looking for Today” e a faixa titulo. Nesta época a banda se firmava como uma das mais populares do mundo, sendo considerada a vanguarda do heavy metal.
Tomando uma direção mais ousada em seu trabalho, o Black Sabbath mostrou-se muito evoluído em termos de criação/composição quando do lançamento do álbum “Technical Ecstasy“, de 1976. De fato ao confrontar os pontos altos do álbum com seus trabalhos anteriores ficava evidente que o Sabbath havia dado um grande passo a frente, embora isso custasse o desagrado de muita gente em especial os fãs mais radicais, que sempre preferiram o som mais pesado.
Então, surge o álbum, “Never Say Die“ editado em 1978, foi até então a mais perfeita combinação entre a guitarra extraordinária de Tony Iommi e os vocais incríveis de Ozzy Osbourne. O disco mostra com clareza o poder de fogo da formação original da banda. Os destaques do álbum ficam por conta dos sucessos “Johnny Blade”, “Breakout” e “Shock Wave” – além, é claro, da própria “Never Say Die”, sucessos esses que a banda toca em qualquer concerto. Porém esse álbum marca o fim da primeira fase do Black Sabbath com a saída de Ozzy Osbourne
1980 é um ano marcado como o lançamento do álbum Heaven and Hell – nono disco da banda e o primeiro com o novo cantor que chega a banda com bastante prestígio no mundo do heavy metal – neste disco Ronnie James chega assinando nada mais nada menos que oito faixas. O álbum rapidamente se torna sucesso e entra com tudo nas paradas de todo o mundo, o que possibilita ao Sabbath uma excursão para a Inglaterra e os Estados Unidos.
Em seu segundo álbum de 1981, “Mob Rules”, com Ronnie James e também com o baterista Vinnie Appice, o Sabbath mantém a pegada e mais uma vez entra com tudo nas paradas da Europa e Estados Unidos- mais uma turnê para a Europa e Estados Unidos e reconhecimento da crítica pelo ótimo álbum.
Impressionando a tudo e todos, o Sabbath trás um dos grande nomes e dos maiores vocalistas de todos os tempos, Ian Gillan, que vinha do Deep Purple, que vinha para o lugar de Ozzy Osbourne e Ronnie Dio. A boa nova é que Billy Ward, o baterista original da banda, havia voltado. Tudo certo, a banda estava novamente no seu caminho e prometia trabalhos dentro de sua qualidade e desejo de seus milhares de fãs. Porém, Ian Gillan deixa a banda depois das turnês e o Sabbath tenta ir adiante com um novo vocalista , Dave Donato. Donato nem chegou a gravar, pois deu uma entrevista desastrosa a uma revista chamada Kerrang onde mostrou-se totalmente contrário a tudo que a banda queria de seu vocalista.
Mesmo assim eles tentaram reorganizar a banda e chegaram a convidar um novo vocalista, Ron Keel. Mas tudo resultou na saída de Geezer Butler e a consequente separação da banda. Somente três anos depois, em 1986, o Black Sabbath destacando o guitarrista Tony Iommi, editou novo álbum com o nome de “Seventh Star“. Glenn Hughes, vindo do Deep Purple, juntou-se ao grupo como seu vocalista. Durante a excursão americana, Glenn Hughes deixou a banda após 10 shows , sendo substituído por Ray Giilen, que finalizou a turnê
Novos álbuns chegam com a assinatura do Sabbath, nada tão importante, mas sempre uma lembrança para fãs e críticos da música contundente e funérea da banda inglesa. Em 1994, editam “Cross Purposes” . Em 1995, com nova formação, Tony Martin (vocais), Neil Murray (baixo), Tony Iommi (guitarra) e Cozy Powell, a banda lança “Forbidden“ e volta a ser lembrada como mestres do rock pesado e dos sons funéreos.
Pensa que acabou … ! Errou, pois a volta do Sabbath com sua formação original se deu em 1997. Há muitos anos essa reunião era esperada e sempre pareceu inevitável que acontecesse. Contrariando os fãs mais céticos veio a apresentação com Ozzy Osbourne, Bill Ward, Tony Iommi e Gezzer Butler. Local: Festival Ozz – Fest e o Sabbath fechou a noite levando à loucura aqueles que aguardavam essa noite escura e definitivamente única no mundo macabro do Black Sabbath … hahahah ! Com tudo isso, e de volta aos palcos, o Sabbath (infindável) grava o álbum de nome Reunion que é editado em março de 1999.
Atualmente o grupo continua a tocar, esporadicamente, por todo o mundo. A banda se reune para gravações e shows, além claro, de seus componentes desenvolverem trabalhos solos . Assim, meus amigos do Cidadão Cultura se fez a história do Black Sabbath, desafiando o tempo, como querem todos os anjos e demônios do famigerado rock and roll.
*Paulo de Tarso, palmeirense, pesquisador e produtor musical, radialista e jornalista.
mestre mestre onde cabe tanto? parabéns palmeirense!!!!!