O artista digital Jonathan Monaghan, nascido no Queens de Nova York, 33 anos, há doze anos iniciou sua carreira criando instalações de vídeo, gravuras e esculturas. Formado em computação gráfica e animação 3D no Instituto de Tecnologia de Nova York e na Universidade de Maryland, faz vídeos em loop contínuo que retratam mundos futuristas com humor ou subversão.
Suas animações/vídeos surreais combinam ficção científica, iconografia corporativa, história da arte e da arquitetura, referências à cultura pop que resultam numa estranha e magnética estética, onde ele critica a sociedade contemporânea controlada pela indústria do consumo, pelas novas mídias e o ciclo de vida e morte determinados por nosso próprio comportamento.
Nesse vídeo, diz ele: “estou interpretando o apocalipse para a era digital, é sobre meio ambiente e tecnologia, mas também sobre vigilância e mídia de massa. É sobre o fim do mundo, onde há muita preocupação, ecologicamente falando, sobre sustentabilidade e o futuro do nosso sistema atual, que está em terreno instável”.
A dependência tecnológica juntamente com as obsessões materialistas da era digital, aumentaram absurdamente os serviços de transporte, que em trânsito constante, soltam muito carbono na atmosfera trazendo um fluxo de consequências ecológicas potencialmente graves para o planeta e seus habitantes. Ao meu ver, o poder da internet e seu papel na comunicação moderna deve ser fonte de inspiração para fortalecer a expressão contemporânea do DESACELERAR. Esse período de isolamento vai deixar alguma lição? Ou o écran digital será a força/forma para a “nova” união social? …
Os dias passam ao lado
O sol passa ao lado de quem desceu as escadas
Nas varandas tremula o azul de um céu redondo, distante
Quem tem janelas
que fique a espiar o mundo – Francisco Alvim
Diz Jonathan, “reinterpreto obras de arte históricas, arquitetura e mitologias antigas, combinando-as com elementos da era comercial moderna de maneira humorística ou subversiva”.
Morando atualmente em Washington DC, Jonathan Monaghan tem seu trabalho exposto em museus e galerias de várias partes do mundo, suas animações já foram exibidas no Sundance Film Festival. Diz: “penso em minhas animações como objetos de arte, nem mesmo filmes. Sinto como se a arte fosse uma maneira de explorar nosso relacionamento muitas vezes pesado e insustentável com a tecnologia”. Paradoxal? Concluam…