O segredo materializado em um armário; as repetidas voltas circulares de alguém em busca de respostas; um corpo lacrado com bulas de antirretrovirais. De maneiras distintas, três personagens buscam lidar com uma mesma questão: o HIV.
Idealizado pelo Coletivo Contágio, o experimento cênico Pode entrar, o cachorro está preso traz ao centro do debate a desestigmatização das vivências de corpos positivos. A obra também expõe alguns dos dilemas colocados às pessoas vivendo com HIV/Aids: a dúvida de revelar ou não a sorologia positiva, a relação (às vezes tensa) com o tratamento e a afetividade e sexualidade pós-diagnóstico.
A obra é resultado da pesquisa e reflexão proporcionadas pelas atividades do “Ciclo de Contágio: Pesquisa de Levante do HIV/Aids”, programação cultural que contou com ciclos de debates e oficinas. O projeto conta com apoio do Programa de Valorização a Iniciativas Culturais (VAI 1 2019), da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
Dirigida por Rodrigo Silbat, a obra possui dramaturgia coletiva. A trilha sonora e o figurino ficam por conta Rafael Posnik e Fel Lara, respectivamente. O experimento cênico conta com a operação de luz de Patrícia Amorim e a produção de Dan Teixeira.
O coletivo
Formado pelo artista e jornalista Andreará S, o jornalista e escritor Leandro Noronha e o bailarino, ator e iluminador Rodrigo Silbat, o Coletivo Contágio surge em fevereiro de 2019 para trazer à tona, por meio do fazer artístico, temas pouco discutidos ou cercados de preconceito e estigmas sociais.
O grupo integrou a Mostra Todos os Gêneros do Itaú Cultural, apresentando as instalações artísticas “Qual a cara da aids?” e “Elas e eles vivem”, e a performance “Descobrir” como resultado da participação da oficina “Como eliminar monstros: abordagens contemporâneas a partir do hiv”, facilitada pelo ator e dramaturgo Ronaldo Serruya e o diretor Fabiano de Freitas (Dadado). Também apresentou a cena “Experimento imaginário – Primeira Fissura” na abertura do VIII Encontro Nacional da RNP+ Brasil.
Quantos segredos cabem em teu armário? Quanta resignação há na tua mudez? Quantas voltas você dá para quebrar o silêncio? Partindo das trajetórias de pessoas vivendo com hiv/aids, o experimento artístico “Pode entrar, o cachorro está preso”, do Coletivo Contágio, é um convite para mergulhar e refletir sobre as metáforas que universalizam dramas específicos.
Data: 01 de dezembro (domingo)
Local: Centro Cultural Olido – Sala Paissandú (Av. São João, 473 – Centro – São Paulo/SP)
Hora: 19h Entrada gratuita. Retirar o ingresso com 1h de antecedência.
Ficha técnica
Realização: Coletivo Contágio | Artistas-criadores: Andreará S., Leandro Noronha e Rodrigo Silbat | Direção: Rodrigo Silbat | Dramaturgia: Coletivo Contágio | Trilha sonora: Rafael Posnik | Figurino: Fel Lara | Design de luz: Rodrigo Silbat | Operação de luz: Patrícia Amorim | Produção: Dan Teixeira | Fotografia: Mylena Sousa | Design: Kako Arancibia.