Por Isabela Bonilha*
Resta o ranço
desarrazoado
ríspido rosto
raiva, rancor.
Ratos que escondo no meu porão
revestindo a casa de cortinas rosa:
roem o resíduo do que rumino
de uma às quatro da manhã.
Rígido, o coração não pulsa,
repulsa
ruínas de uma inocência perdida
há muito já esquecida:
range os dentes rastejante e ranzinza.
Desconfiada.
Junto poeira e cinzas:
rente ao chão, me refaço do restante.
O que sobra é o que me resta:
remanescente estou.
*Isabela Bonilha - Formada em Letras Português e Literatura pela UFMT, professora, escreve desde os oito anos. Tem um blog que nutre desde os 13: Um Vagabundo e as Estrelas. Apaixonada por arte, gosta de pintar, costurar, customizar e alterar coisas ao redor, mas se encontra mesmo na escrita. Seu cenário é Guiratinga, na qual nasceu e foi criada.