Por Larissa Campos
Os “Doces Bárbaros” cantaram que “uma menina loira ia vir de uma cidade industrial, de bicicleta, de bermuda, mutante, bonita, solta, decidida, cheia de vida, etc e tal, cantando o yê, yê, yê…” Eles falavam de Rita Lee, uma cantora que é a cara do rock brasileiro.
Além dessa canção, chamada “Quando”, Rita também é citada em Sampa, de Caetano Veloso, como a mais completa tradução da cidade de São Paulo.
Rita é rock, Rita é São Paulo, Rita é a mulher que escreveu seu nome na história do Rock’n Roll brasileiro e que tem servido de inspiração para muitos outros artistas. Por isso falar de Rita Lee não é tarefa fácil.
Se a atuação dela na música já representa um incentivo e uma referência para tantas mulheres, não significa que ela devesse parar por aí. A cantora sempre usou a música para promover reflexão, fazer críticas sociais, homenagear outras mulheres. E fez isso brilhantemente em canções como Luz del fuego e Pagu.
Pagu virou um hino, lembrando o ouvinte que “só quem já morreu na fogueira sabe o que é ser carvão”. Com essa música, Rita reforça a importância da luta feminina por igualdade e reconhecimento de direitos.
A história de Rita Lee se confunde com a história do Rock no Brasil. De 1966 a 1972, Rita integrou a banda “Mutantes”, ao lado de Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. Depois de 1972, a banda seguiu sem Rita e, por tabela, sem a mesma representatividade.
Os Mutantes foram pioneiros quando se fala em misturar rock a ritmos e estilos brasileiros. Por isso o trabalho da banda foi tão importante. Eles abriram as portas para bandas como Novos Baianos, da qual já falamos no programa.
Mesmo após os Mutantes, Rita Lee manteve-se firme no propósito de viver a música, de dar ao rock uma cara mais brasileira e fez de seu nome um verdadeiro sinônimo para a experiência roqueira no Brasil. Vida longa ao percurso encantador de Rita Lee na música!