Barra e os seus encantos. Barra e a sua energia maravilhosa, mística. Um baú a ser aberto e que guarda histórias a serem descobertas, redescobertas. Eu não conheci Barra do Garças, eu vivi. Foi uma vivência onde eu pude me conectar com pessoas de lá e que conhecem a natureza do lugar.
Pois bem, vamos por partes. Confesso que cheguei lá com aquele pensamento, diga-se de passagem, ridículo que algumas pessoas da “cidade grande” têm em relação às cidades do interior. Descendo algumas ruas fui conversando com o Marcelo tirando onda de “será que tem algum rolê que fica aberto até tarde? acho que não né, deve fechar tipo 23h hahaha”. Ok.
Fomos almoçar num restaurante flutuante chamado “Tucunaré na telha” que tinha uma comida bem gostosa (na noite do dia seguinte fomos jantar lá e eles serviram um peixe ao molho de laranja, criação deles, delicioso!), lá, o Fernando – que foi o nosso guia (espiritual também) em todo o rolê que demos em Barra – já começou a contar sobre os mistérios que rodeiam a cidade e a sua história, principalmente em torno da Serra do Roncador.
Acabamos perdendo o horário de ir para a cachoeira Pé da Serra e fomos direto ao Parque Municipal das Águas Quentes. Um lugar incrível onde uma grande parte do espaço é piscina! Fernando nos explicou que por baixo de Barra passa um rio a mais de 700m de profundidade, o que faz a temperatura da água ser mais alta. Ele flui abaixo de uma rocha matriz, que possui algumas fissuras fazendo com que a água brote em alguns pontos da superfície. Lá no parque ela brota a 42º!
Depois fomos jantar em um restaurante no centro e toda aquela ideia de cidade interiorana caiu por água abaixo. Neste momento, Barra do Garças me surpreendeu com um ambiente noturno agitado, bares, boates, pubs, conveniências 24h, a balada lá vai até as 7 da manhã se brincar! Tava rolando uma festinha na praça com várias barraquinhas de comidas, bebidinhas e tinha um parque de diversões com os brinquedos lotados de crianças de todas as idades.
Segundo dia de trip, acorda de ressaca, engole o café com leite e parte pro parque estadual Serra Azul. No caminho observei as casas, a arquitetura da cidade, a vida que passa ali pelas janelas. Já no parque, subindo de ônibus até o topo do morro me encantei e re-encantei por Barra, que natureza incrível, que energia gostosa e revigorante!
Enfim chegamos ao famoso Mirante do Cristo de Barra de Garças. Fernando nos contou que o parque é uma unidade de conservação e foi interditado pelo MPE em 2014 por causa de um incêndio que destruiu 80% da vegetação. Toda sexta Santa os fiéis faziam uma peregrinação e subiam a escadaria (são apenax 1.400 degraus hehe) pra chegar até o bendito Cristo! Com a interdição do parque, a peregrinação não aconteceu até este ano, quando reabriram para que os devotos fiéis subissem a escadaria na última sexta Santa.
A vista do morro é simplesmente incrível! Você enxerga a cidade toda e suas duas irmãs: Aragarças e Pontal do Araguaia, o rio Araguaia visto de cima como “quem vê na tevê” de encontro ao rio Garças. E aquela sensação de imensidão, de “tudo é tão grande e tão lindo” que enche o coração.
Entramos no busão e descemos pra cachoeira Pé da Serra, que fica dentro do parque mesmo. Pegamos uma trilha dentro do cerrado, coisa rápida, atravessando rios e permeando as árvores tortas, troncos e galhos retorcidos como diriam as aulas de Geografia da professora Emiko. Acontece que, aquele pedacinho de natureza abriga duas cachoeiras com temperaturas diferentes. Uma menorzinha com uma piscina no pé bem morninha, acalma a alma e baixa a pressão. E uma maior, onde uma galera até se aventura a pular, dgelaaaaada! Lugar lindo, incrível. Um mergulho e a ressaca tá curada!
Saindo de lá, fui absorvendo cada momento daqueles que eu vivi ali. Sempre com a câmera na mão tentando transmitir todas aquelas sensações pra outras pessoas. Barra do Garças é um lugar de chocar o coração e os meus relatos não vão parar por aqui. Fiquem espertxs que em breve sai mais um roteiro de bordo sobre essa cidade encantadora!