Conheci-o numa redação de jornal em Mato Grosso

A aura exibia confortável aspecto lendário consciente de si e dos arredores

Na marginal correu sempre na raia da loucura e da intensidade

Não era um grande cantor, mas tinha pose, na real, cantava mal pra caramba, mas carregava a essência do rock’n roll

Mais que muito pop star que posa por aí, ele não era poser

Ele era essencial e como isso faz falta nesse mundico de merda de hj entre youtubers e tubos de falsos sorrisos falsas loucuras flores falsas

Seguei é de tantos tempos, atravessou eras com a dimensão exata do que era do que queria ser do que representava o velho e bom rock

Hoje nem novidade há nem rebeldia há nem celebração há a arte e seus deuses estão dormindo em pose de múmias

A mumificação dos tentáculos da boa arte da boa loucura das consagradas rebeldias

Deus Pan morreu um pouco na praia do Leme no rj ao lado de Janis Joplin, o lsd, o amor livre, os sonhos de Serguei se lançando nas ondas de mares revoltosos

Champanhe uísque maconha rock blues sangria desatada

A trindade se resolvia ante as orações de predadores pecaminosos sexo drogas e rock’n roll

Final dos anos 60, anos 60, 70, 80, 90, 2000

Ufa

Serguei era nau nauseante envelhecida pelos altos mares e altos pileques e altos e bons sons

Viva a lenda, viva o museu do rock cara de museu cara de cera o cara parecia que nunca iria morrer e não vai morrer não vai

Serguei vive

Sobrevive

Pregado na cara da morte com um sorriso diabólico e ingênuo

Salve salve

Pandemoniun, sua banda até os 84 anos palco lisergia curtição a vida não parava por nada

Morava no museu do rock criado por ele em sua casa

Certas coisas morrem com as pessoas, Serguei já não se pertencia

Serguei not dead

ele não

morre

nunca

Compartilhe!

Deixe um comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here