Por Laura Nabuco*

Imagina acordar um dia e perceber que tudo que você gosta só interessa a você. De músicas, filmes e comidas à religião, ideologias e até sexo. Ninguém se importa! Ninguém te ama ou odeia por causa disso. Para os outros só interessa aquilo que você faz e afeta diretamente a eles. Imagina!

Imagina que doido: a mina no ponto de ônibus vê o cara que curte andar mais arrumadinho e não fica pensando “será que ele é?”. Ou tio da padaria simplesmente servir o pão para o cliente trans. Assim, simples! Sem cara feia. Sem um “vê se pode!” pro padeiro que está lá dentro.

Imagina a mulher casada que não quer ter filhos não precisar mais responder “mas por quê?”. O cara solteiro que ainda mora com os pais nunca mais ter que dar explicações sobre isso. Já pensou como seria se aquele casal de evangélicos, aquele que escolheu não transar até o casamento, pudesse guardar isso só pra eles?

Falando de sexo, e a menina solteira que já “deu” pra mais de 30? Ou o cara que até hoje não “pegou” ninguém? Aquele casal que curte “dar uma variada”… Então, ninguém se importa com o que eles fazem ou deixam de fazer na cama (ou no chão, ou na cozinha, ou onde quer que seja). Ninguém fala sobre isso. Ninguém perde tempo pensando sobre isso, porque isso só interessa a eles.

Sabe a mulher que engravidou e quis abortar? Problema dela! E a que preferiu ter o filho? Problema dela também. Do dia pra noite, todas as pessoas que não pagam as contas delas resolveram simplesmente cuidar das próprias vidas. Vão deixar que elas resolvam as delas sozinhas. Sem pitaco. Sem lição de moral. Sem “mas EU defendo que…”.

O gordinho que adora comer agora não vai mais ouvir que ele vai morrer se continuar assim. A menos que ele vá a um médico que, com base em exames clínicos solicitados pelo próprio gordinho, chegue a essa constatação. E a aspirante a “musa fitness” não vai mais ter ninguém dizendo pra ela que o “corpo precisa de um descanso”. Ninguém, além do seu preparador físico, que conhece sua rotina de treinos e é um profissional capacitado, que cursou uma faculdade a respeito disso.

O católico vai contratar o ateu para aquela vaga de emprego porque a crença dele (ou falta dela) não tem ABSOLUTAMENTE NADA a ver com o trabalho que precisa ser desenvolvido. E os dois vão desenvolver um relacionamento profissional saudável, sem nenhum dos dois tentar convencer que o outro está errado sobre o que acredita.

A partir desse dia, você e todas as outras pessoas do mundo só vão se importar com aquilo que o outro faz e que realmente te afeta!

IMAGINA QUE DOIDO SERIA!!

*Laura Nabuco é jornalista e o resto só interessa a ela mesma!

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