pequenas coisas espalhadas pelo quarto mexem com lembranças que estavam guardadas no fundo das gavetas
um lápis de cor preta que certamente riscou desenhos e mais desenhos na parede de cor branca do banheiro
uma caixa de fósforos vazia
meias sem par perdidas no vasto chão escuro sob a cama
um isqueiro velho apaga para sempre a lembrança do último cigarro
da janela pende um tecido esgarçado que dança no ritmo lento de um vento preguiçoso
olho pela janela e sinto a presença longínqua de minha vida passando nas asas de um velho gavião que mora com a família no alto da torre metálica de alguma empresa de telefonia qualquer
a poesia escorre desse texto…
wow.